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Chá de erva daninha? Picão-preto ajuda a tratar icterícia

Infusão da planta ainda tem poucos benefícios comprovados pela ciência para além do combate ao problema que amarela a pele

Por Valentina Bressan
24 abr 2025, 17h30
picão preto
Apesar de ser considerada erva daninha nas lavouras, planta é usada tradicionalmente pela medicina popular (Harum.koh/CC BY-SA 2.0/Flickr)
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Nas lavouras, o picão-preto é considerado uma erva daninha. A planta nasce espontaneamente porque suas sementes se espalham com facilidade e conseguem passar vários anos dormentes antes de germinar.

Apesar de ser uma praga para os agricultores, o picão-preto é muito conhecido como ingrediente de chás na medicina popular. A lista de problemas de saúde contra os quais a infusão é receitada é enorme, mas, por enquanto, a ciência comprovou poucos desses usos.

Espalhada por toda a América de clima tropical a planta leva vários nomes curiosos: amor-seco, carrapicho, cuambu, pico e até piolho-de-padre. O nome científico da erva é Bidens pilosa.

Conheça abaixo os potenciais benefícios do chá de picão-preto e as precauções necessários com esse preparo.

Para que serve o chá de picão-preto?

Por enquanto, o único uso fitoterápico reconhecido do chá de picão-preto no Brasil é como tratamento complementar da icterícia. A doença é causada pelo excesso de bilirrubina no sangue, o que gera uma pele amarelada.

Mas, antes de tudo, é preciso investigar a origem do problema com um médico. Se quadros graves forem descartados, o chá da planta pode auxiliar no tratamento da doença desde que o uso seja liberado pelo profissional da saúde. 
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Na medicina tradicional, o chá de picão-preto é usado para uma variedade de finalidades: para proteger o fígado, tratar infecções e inflamações e até feridas. Mas, por ora, não existem estudos clínicos em humanos quanto às propriedades do picão-preto. As evidências científicas existentes são resultado de testes em animais e em células de laboratório.
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Cuidados

O chá de picão-preto deve ser preparado com as folhas da planta. Adicione uma colher de chá das folhas da erva a 150 mL de água fervente. Depois de 5 minutos, a infusão está pronta. Essa quantidade de pode ser consumida de duas a quatro vezes por dia.

Menores de 18 anos, gestantes e lactantes não devem consumir o chá, que também é contraindicado a quem utiliza remédios anticoagulantes. Diabéticos e hipertensos também devem evitá-lo.

Em excesso, o chá pode causar irritação da bexiga e da mucosa intestinal, podendo levar a náuseas, diarreias e vômitos. Ainda não existem evidências estabelecidas quanto à toxicidade do chá, que também pode interagir com medicações.

O uso de qualquer chá com intenção terapêutica deve ser chancelado por um médico.

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Potenciais aplicações futuras

Embora ainda não existam pesquisas avaliando os efeitos do chá de picão-preto em humanos, a planta tem suas propriedades investigadas pela ciência.

Estudos de laboratório mostraram que a erva contém bons níveis de antioxidantes, capazes de combater os radicais livres no organismo.

A capacidade antibacteriana e antifúngica dos extratos dessa planta também foi atestada. No futuro, a erva pode servir de matéria-prima para medicações para combater infecções. Os compostos da planta atuaram contra micróbios como bactérias causadoras de diarreia e de infecções sexualmente transmissíveis.

A ciência ainda demonstra que o picão-preto pode ter atividade cicatrizante, ajudando a tratar feridas cutâneas.

Picão-preto contra o câncer?

Um uso controverso da planta é no combate ao câncer. Na medicina tradicional, em especial na Ásia, o picão-preto é usado com essa finalidade. No entanto, em alguns estudos com ratos, o extrato da erva aumentou os danos celular, tendo potencial para causar câncer de esôfago.

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Já em outros testes, o picão-preto teve atividade antimutagênica em ratos, frente à exposição a substâncias cancerígenas.

Também é preciso ter cuidado com a origem da planta. O picão-preto absorve facilmente os nutrientes do solo, por isso, é considerado uma planta hiperacumuladora de cádmio e arsênio.

Dá, inclusive, para utilizar a erva daninha como alternativa para tratar o solo contaminado com essas substâncias. No entanto, é preciso muito cuidado ao usar a planta como fitoterápico, já que ela pode estar contaminada.

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