Má nutrição atrapalha o tratamento do câncer

Se comer bem já faz diferença quando o organismo está saudável, na batalha contra um tumor o equilíbrio nutricional se torna ainda mais crucial para encarar a doença e o tratamento pela frente.

Mas um levantamento realizado pela Ipsos a pedido da Danone aponta que essa não é a realidade para a maioria dos pacientes brasileiros. Ao menos seis em cada dezperderam peso de forma indesejada durante a terapia, sendo que metade eliminou mais de 10% do peso original.

“Isso é muita coisa, e impacta todas as condutas no tratamento”, comenta o nutrólogo e oncologista Pedro Paulo Dal Bello, consultor da pesquisa.

O trabalho avaliou 700 adultos que têm ou tiveram câncer nos últimos cinco anos, e os resultados ressaltam a importância de planejar a alimentação dentro da estratégia terapêutica.

Dal Bello afirma que ainda há muito desconhecimento por parte dos próprios profissionais de saúde a respeito: “Há um ensino deficitário de nutrição nas escolas médicas, e a pesquisa mostra que muitos dos pacientes não recebem esclarecimentos sobre dieta, suplementação e suas repercussões diante da doença”.

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A falta que faz

Como a nutrição incorreta reverbera no tratamento

Perda de peso
Se o paciente chegar a perder 5% do peso, ele já pode ter que interromper a quimioterapia devido aos riscos inerentes ao procedimento.

Falta de nutrientes
Proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais: é crucial ter uma nutrição adequada para que o corpo consiga lidar com as medicações exigidas.

Fraqueza
Uma dieta desajustada contribui para que o indivíduo se sinta mais indisposto, cansado e desanimado, o que compromete sua adesão ao tratamento.

Piora do quadro
Muitas pessoas apresentam falta de apetite, lesões na boca e náuseas como efeitos colaterais. Isso inevitavelmente se reflete na dieta.

Insights da pesquisa

1 em cada 3 pessoas com câncer entrevistadas teve atrasos, interrupções ou mudanças no plano de tratamento devido à perda de peso indesejada.

64% dos pacientes relataram redução do apetite, boca seca, alterações no paladar e náuseas.

57% dos participantes do estudo relataram diminuição de força por perda de massa muscular.

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