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Para que serve a rotulagem frontal de alimentos, agora obrigatória

Prazo de adaptação das indústrias acabou, e agora o alerta de que o produto é alto em açúcar, gordura saturada e sódio precisa aparecer nas embalagens

Por Maurício Brum
22 abr 2024, 10h28
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Reduzir o nível de consumo das substâncias apontadas pelo rótulo é ótimo para a saúde em geral, e traz benefícios em especial para reduzir os riscos de doenças cardiovasculares, aquelas que mais matam no Brasil (Anvisa/Reprodução)
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Acabou em 22 de abril de 2024 o prazo para que a indústria se adapte às regras de rotulagem frontal dos alimentos – aqueles alertas que você se acostumou a ver indicando que um produto tem níveis considerados elevados de substâncias pouco saudáveis, casos do açúcar adicionado, do sódio e da gordura saturada. Agora, as embalagens devem conter esse aviso sempre que o produto superar os limites.

Inicialmente, o prazo deveria ter acabado em outubro de 2023, mas os fabricantes conseguiram uma prorrogação da data-limite alegando um possível prejuízo por não utilizar as embalagens já produzidas. A resolução da Anvisa exigindo a implementação dos avisos foi aprovada em 2020, mas só começou a valer dois anos mais tarde.

+Leia também: O que é a gordura saturada e quanto você pode consumir

Medida fez indústria se adaptar

Passado um ano e meio do início dos alertas, ilustrados pelo desenho de uma lupa que chama a atenção do consumidor, não foram só as embalagens que se modificaram. Para não ficar associados à imagem de um produto pouco saudável, muitas marcas passaram a investir em fórmulas diferentes, reduzindo os níveis das substâncias alvo da normativa.

A Danone, por exemplo, chegou a afirmar que 98% de seu catálogo de produtos não precisaria se adequar à nova rotulagem. Isso não quer dizer que esses alimentos não tenham algum teor dessas substâncias, mas que eles passaram a ser (ou já eram) produzidos abaixo dos limites estabelecidos pela Anvisa.

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“Na nossa percepção, as pessoas têm olhado com mais atenção para os rótulos que já possuem o aviso da lupa e têm evitado seu consumo em excesso ou escolhido outro produto, e isso é positivo para a saúde da população”, comenta Laís Amaral, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), uma das entidades que brigaram pela rotulagem.

Que doenças a rotulagem frontal ajuda a prevenir

A redução do consumo de açúcar adicionado, gordura saturada e sódio traz benefícios para a saúde em geral, mas um dos aspectos que mais ganham é a saúde cardiovascular.

Doenças relacionadas ao coração e ao sistema circulatório, afinal, são aquelas que mais matam no Brasil. Todos os anos, estima-se que mais de 400 mil pessoas acabem morrendo de um problema desse tipo, que inclui infartos e AVCs.

Um menor nível de sódio na alimentação contribui no combate à hipertensão arterial, enquanto a redução nas gorduras saturadas é importante para evitar o aumento do colesterol ruim.

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+Leia também: Menos sódio nos industrializados, menos males cardíacos

Já a ingestão de menos açúcares não só ajuda o coração, na medida em que pode frear a obesidade, como também pode contribuir para uma redução nos riscos de desenvolver diabetes tipo 2.

Quais as regras para a rotulagem frontal

Os produtos industrializados devem conter avisos quando têm altos teores de açúcar adicionado, gordura saturada ou sódio. Os níveis que tornam o alerta obrigatório são os seguintes:

  • Açúcar adicionado: ao menos 15 gramas de açúcar adicionado a cada 100 gramas de alimentos sólidos ou semissólidos, ou ao menos 7,5 gramas de açúcar adicionado a cada 100 mililitros de líquidos;
  • Gordura saturada: ao menos 6 gramas de gordura saturada a cada 100 gramas de sólidos ou semissólidos, ou ao menos 3 gramas de gordura saturada a cada 100 mililitros de líquidos;
  • Sódio: ao menos 600 miligramas a cada 100 gramas de alimentos sólidos e semissólidos, ou ao menos 300 miligramas a cada 100 mililitros em líquidos.
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