Shissô: benefícios e curiosidades sobre a “prima” japonesa do manjericão
Utilizada na culinária e mercado de fitoterápicos japoneses e coreanos, a planta tem ação antioxidante e é rica em vitamina C

O shissô, embora não seja muito conhecido por aqui, é uma planta consagrada no Oriente. É usada na culinária e no mercado de fitoterápicos japoneses a coreanos e, embora sua aparência não seja muito distintiva (muitas vezes lembra um manjericão roxo), seu aroma não dá para confundir: é descrito como algo entre canela e tutti-frutti.
Com o nome científico de Perilla frutescens, o shissô é parente da hortelã-chinesa e dá uma oportunidade de variar o sabor de pratos ou testar receitas novas. Seu gosto tem traços de manjericão com um fundo mentolado, podendo variar entre o doce e o picante, dependendo do tipo específico de shissô e a forma de preparo.
Conheça as vantagens de inseri-lo na alimentação.
Benefícios e limitações
Parte dos benefícios presentes na planta advém de sua ação antioxidante. É um conjunto de substâncias que bloqueiam os efeitos danosos de radicais livres, moléculas associadas ao desenvolvimento de problemas de longo prazo ou alguns tipos de câncer. Não é um tratamento ou cura, mas uma redução de riscos.
O shissô também conta com bons níveis de vitamina C — 55 a 60 mg a cada 100 g do produto — o que ajuda a bater a meta diária desse nutriente. Além da fama no fortalecimento imunológico, a vitamina C é utilizada pelo nosso corpo, principalmente, para a formação, crescimento e reparo dos ossos e pele.
A planta também tem propriedades antiasmáticas e antidiabéticas, mas esses compostos não são obtidos de forma significativa através da alimentação.
Estudos mostram que compostos com esse potencial podem ser isolados a partir da semente do shissô. Outros benefícios por vezes atribuídos à Perilla, como vantagens para a saúde cardíaca, também têm evidências limitadas em humanos, tendo sido demonstrados até aqui em estudos com ratos.
Também vale um ponto de atenção: o shissô tem oxalato ou ácido oxálico. Em pequenas quantidades ele é inofensivo, e é improvável que você vá consumir a planta em níveis capazes de trazer algum dano.
Mas vale ter em mente que esse ácido é considerado uma espécie de antinutriente: em grande quantidade, pode impactar negativamente na absorção de outros nutrientes pelo corpo, como o ferro.
Como usar o shissô
Com seu sabor marcante, a planta tem um lugar na preparação de temperos, condimentos e molhos, muito usada na Coreia, no Japão e na China. Aqui no Brasil, pode ser classificada como uma PANC, ou planta alimentícia não convencional.
É possível usar desde a semente até as folhas. Enquanto as primeiras podem ser usadas de forma semelhante à chia, a folhagem para para chás, saladas e preparados medicinais, ou até em pratos mais comuns, para dar um toque diferenciado, como caldos para udon ou lámen.
Assim como o manjericão, é uma erva extremamente versátil, então pode contar com a criatividade na hora do preparo. Ela pode aparecer até em macarrões de tempurá ou em variações de pesto, que já leva o manjericão na versão comum.