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Tribulus terrestris: para que serve planta usada há mais de 4 mil anos

A planta tem uso ancestral e é conhecida por supostos benefícios à saúde, mas toda essa fama não garante a comprovação científica das vantagens

Por João Antonio Streb
6 abr 2024, 06h45
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Apesar de ser uma planta com uso milenar, hoje o consumo do tribulus terrestris ocorre através de cápsulas ou em pó. Mesmo que você receba indicação de uso, é importante ficar atento à dosagem correta (Freepik/Freepik)
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O nome tribulus terrestris até parece o de um imperador romano, e não é à toa que essa erva nativa de regiões quentes acaba tendo uma longa série de apelidos para simplificar. Ela também é conhecida como videira de punctura, abre-os-olhos, roseta, gokshura, gokharu ou cruz de malta. A lista não para por aí, mas já dá para ter uma ideia.

Tão comprida quanto a lista de nomes alternativos é a história do tribulus terrestris. Muito presente na ayurveda, um sistema medicinal tradicional da Índia criado há cerca de 4 mil anos, essa planta vem sendo usada desde lá por seus supostos benefícios à saúde, e é encontrada também na região sul da Europa e da Ásia, ao longo de toda África e na Austrália.

+Leia também: O que são suplementos alimentares: para quem, quando e por quê

Mesmo com a relação milenar em algumas culturas, as aplicações da tribulus terrestris ainda são estudadas e testadas em busca de comprovação, por vezes sem sucesso.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou a considerar os derivados da planta como fitoterápicos em 2020, com a compra liberada apenas para pacientes com receitas prescritas por médicos ou nutricionistas com especialização em fitoterapia.

Quais são os principais usos e benefícios da tribulus terrestris?

O tribulus terrestris é rico em protodioscina e protogracilina, quercetina, canferol e isoramnetina, substâncias com potencial anti-inflamatório e antioxidante.

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Ainda assim, os efeitos da planta em humanos ainda não são unanimidade científica, visto que a maioria dos testes foram aplicados em roedores. Também há questionamentos quanto a uma falta de precisão nas dosagem desses testes.

Abaixo, você pode conferir uma lista dos supostos efeitos atribuídos ao tribulus terrestris, e o que as pesquisas apontam sobre isso:

  • Aumentar a libido: o extrato da planta é rico em saponinas do tipo protodioscina, um fito-hormônio com capacidade de fazer a modulação hormonal no organismo. Caso o problema tenha origem hormonal, a tribulus até pode ajudar, mas a falta de libido pode ter diversas origens que não são resolvidas apenas dessa forma. É importante procurar um médico para entender o problema de fundo, que pode ter razões fisiológicas e psicológicas.
  • Aliviar os sintomas da menopausa: o uso da tribulus terrestris pode dar essa impressão por alterar os níveis hormonais, mas não há comprovação robusta de que o efeito seja duradouro ou vá além de um placebo.
  • Evitar o diabetes: não há evidência que comprove a relação entre o uso da planta e os níveis de insulina. Na verdade, a utilização é contraindicada, já que ela corre o risco de interagir negativamente com medicamentos se for consumida sem acompanhamento médico.
  • Prevenir doenças cardíacas: não só não há comprovação de que ela ajude na prevenção, como a tribulus terrestris não deve ser consumida por cardiopatas e hipertensos. Isso porque que a planta é rica em alcaloides, que agem no sistema nervoso aumentando a pressão arterial.
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Quem não pode consumir tribulus terrestris?

Grávidas, puérperas, mulheres em fase de amamentação, pessoas com problemas hepáticos ou com alterações hormonais devem evitar o consumo da planta e derivados. Cardiopatas, hipertensos e diabéticos também devem evitar o uso, e jamais fazê-lo sem informar o médico.

Mesmo que você receba uma indicação de uso, é importante ficar atento à quantidade indicada e a periodicidade para consumir a planta e seus derivados. A superdosagem pode causar acne, dores de cabeça e alterações hormonais.

Em homens, o desequilíbrio hormonal pode causar ginecomastia e aumento de volume da próstata. Mulheres podem apresentar queda de cabelo e alteração no ciclo menstrual.

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