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Fibrilação atrial: saiba tudo sobre a doença, que pode ser silenciosa

Diagnóstico precoce pode evitar consequências como AVC e possibilita diferentes abordagens de tratamento, incluindo procedimentos minimamente invasivos

Por Abril Branded Content
Atualizado em 28 Maio 2024, 18h00 - Publicado em 21 dez 2022, 11h00
Fibrilação atrial: saiba tudo sobre a doença, que pode ser silenciosa
 (Istock/Divulgação)
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A fibrilação atrial atinge mais de 37 milhões de pessoas em todo o mundo¹ e a previsão é de que esse número dobre até 2050.² Esses dados são preocupantes porque a doença pode ser silenciosa e, se não tratada, levar a condições como cardiomiopatia, demência, ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A cardiologista e especialista em valvopatias e anticoagulação oral dra. Cecília Barroso explica que uma arritmia, como o nome sugere, é quando o coração sai do ritmo, e que existem vários tipos dessa condição, sendo um deles – e o mais comum – a fibrilação atrial.

“O coração tem quatro cavidades, as de baixo se chamam ventrículos e as de cima se chamam átrios. O átrio é o que bate primeiro, levando o sangue para os ventrículos, que, então, bombeiam o sangue para o restante do corpo. E isso acontece em um ritmo específico. O que acontece na fibrilação é um descompasso dos estímulos elétricos nos átrios, que não contraem de maneira efetiva e começam a fibrilar”, explana.

Perigos da fibrilação atrial

O grande problema é que os impulsos elétricos que ocorrem fora do tempo, fazendo tremer ou fibrilar os átrios, podem criar coágulos sanguíneos, que, se vão para a corrente sanguínea, podem chegar ao cérebro e causar o AVC.

“O perigo é que muitas pessoas convivem com a fibrilação atrial, mas não apresentam sintoma algum e o primeiro sinal da condição pode vir a ser o derrame. Por isso é tão importante fazer exames anuais de avaliação do coração”, recomenda a cardiologista. Os sintomas, porém, não são sempre inexistentes e, quando aparecem, podem incluir palpitações, cansaço inexplicável (ainda que em repouso), tontura, falta de ar, sudorese, dor torácica e fraqueza.

A dra. Cecília ressalta que, mesmo sem sintomas, qualquer pessoa pode sentir os batimentos, pelo próprio pulso, para identificar anormalidades, e por gadgets, como os smartwatches, que fazem esse mapeamento. “O normal do coração é apresentar de 50-60 a 100 batimentos por minuto. Ao fazer exercícios, esse número pode chegar a 150 ou 180, o que também é normal”, diz.

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É importante que as pessoas saibam também diferenciar sintomas de ansiedade de uma arritmia. De acordo com a médica, como em uma situação de estresse há a ação do hormônio  adrenalina, os batimentos podem ficar acima de 100, mas por um período curto. “Se o ritmo estiver acelerado, mas compassado, ele tende a voltar ao normal, mas se estiver descompassado, não é normal. Na dúvida, é muito importante procurar um médico para fazer o acompanhamento e os exames necessários”, recomenda. 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito por meio de exames como o eletrocardiograma, que avalia a atividade elétrica do coração por meio de eletrodos, e pelo holter, que monitora continuamente a atividade elétrica cardíaca por 24 horas ou mais. “O paciente pode ter o que chamamos de fibrilação paroxística, que não é contínua. Ele pode sentir palpitação, mas, quando chega ao médico, o ritmo está normalizado. Por isso, um monitoramento mais longo muitas vezes é recomendado.”

Ao ser identificada a fibrilação atrial, a especialista explica que é feita uma análise via escore de CHADS2, um método de avaliação do risco cardiovascular, com uma pontuação que leva em consideração idade e outras comorbidades para entender os riscos daquele paciente de sofrer um AVC ou outro problema de saúde.

“Outro pilar muito importante é controlar os fatores de risco, que são hipertensão, diabetes, obesidade, colesterol alto, tabagismo, consumo excessivo de energético e bebidas alcoólicas, apneia do sono, sedentarismo e estresse. Ter esses fatores equilibrados reduz as chances de fibrilação, a frequência de episódios e a recidiva”, afirma.

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O tratamento para fibrilação atrial, além das mudanças de hábitos e vida saudável, pode ser feito com alguns tipos de medicamentos: de controle de ritmo cardíaco, de controle de frequência e anticoagulantes.

Procedimentos inovadores minimamente invasivos

Em alguns casos, tratamentos intervencionistas também são indicados, como a ablação, procedimento no qual o profissional médico acessa o coração do paciente por meio de um cateter pelo vaso sanguíneo. “O cateter chega ao coração e faz o mapeamento do estímulo para poder cauterizar os pontos anômalos e evitar novos episódios de fibrilação. É um procedimento pouco invasivo e, quanto mais precocemente for feito, mais eficaz será.”

Para combater a fibrilação também podem ser usados dispositivos como marca-passos (para tratar ritmos lentos ou irregulares) ou cardioversores desfibriladores implantáveis (CDIs). O mais importante é buscar a orientação de um médico sobre as melhores opções de tratamento para cada caso e cuidar bem do coração.

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Referências:

  1. Lippi G, Sanchis-Gomar F, Cervellin G. Global epidemiology of atrial fibrillation: An increasing epidemic and public health challenge. Int J Stroke. 2021; 16(2):217-221.

2. Go A, Hylek E, Phillips K, Chang Y, et al. Prevalence of Diagnosed Atrial Fibrillation in Adults: National implications for rhythm management and stroke prevention: the AnTicoagulation and Risk Factors In Atrial Fibrillation (ATRIA) Study. 2001; 285(18): 2370-5.  https://jama.ama-assn.org/content/285/18/2370.abstract.

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