Maioria das mulheres tem dor intensa no período menstrual
O sofrimento da cólica antes e durante a menstruação é tanto que pode afetar o rendimento no trabalho e nos estudos, além de prejudicar as horas de lazer
O termo TPM – sigla para tensão pré-menstrual – é frequentemente usado em contexto de piada e brincadeiras. Mas, se tem uma coisa que esse período não inspira no sexo feminino, é vontade de dar risada. Pelo contrário. Em pesquisa recente, realizada com 822 brasileiras, 92% relataram sentir dores decorrentes da cólica menstrual. Para 43%, esse incômodo é intenso, enquanto 20% o definiram como insuportável. Não à toa, 73% das entrevistadas afirmaram já ter faltado ao trabalho, à aula ou a um compromisso profissional por causa desse sintoma.
O levantamento, conduzido pela empresa Sophia Mind a pedido da marca Buscofem (remédio para alívio de cólicas e outras dores menstruais), mostra ainda que, embora a chateação chegue a ser incapacitante, 79% das mulheres já ouviram que cólica é “frescura, drama ou exagero”.
Uma baita falta de conhecimento. O processo que leva à dismenorreia, nome oficial do problema, não é coisa que vem da cabeça. Nos primeiros 14 dias do ciclo, o endométrio, tecido interno do útero, passa por um espessamento – para eventualmente receber um embrião. Se isso não ocorre, ele descama. Nisso, libera ácido araquidônico, substância que, sob a ação de uma enzima chamada cicloxigenase, transforma-se em moléculas de prostaglandina.
As tais prostaglandinas acabam se acumulando em algumas mulheres. Só que esse excesso inflama toda a região, levando ao surgimento de coágulos. Resultado: ocorrem contrações mais fortes para expulsá-los junto com o sangue. Vale lembrar que, fora o desconforto local, não raro sente-se dor de cabeça e nas costas, náusea e tontura. Não surpreende, portanto, o fato de que 67% das entrevistadas na pesquisa disseram que, se pudessem, fariam outra pessoa sentir suas dores por um dia.
A importância de buscar um profissional
A dor muito intensa e persistente no período menstrual pode mascarar quadros sérios, como a endometriose. Uma das causas do problema é a menstruação retrógada, quando parte do fluxo sanguíneo se espalha pelos órgãos mais próximos ao útero (como trompas, ovários…), em vez de ser expelido.
Em algumas mulheres, esses fragmentos do endométrio podem se amontoar, originando a endometriose, cuja consequência mais conhecida é a maior dificuldade para engravidar. Por isso, é bacana que o médico esteja sempre atento às cólicas. Além de intervir cedo para flagrar possíveis doenças, ele pode indicar maneiras de minimizar a dor no período menstrual.