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Estresse: um gatilho para hábitos que podem levar ao câncer

Uma especialista relaciona a tensão diária a obesidade, sedentarismo e outros fatores por trâs de diferentes tipos de tumor

Por Regina Chamon, hematologista*
11 nov 2019, 18h05
estresse causa câncer?
O estresse crônico bagunça a cabeça e o nosso estilo de vida. (Ilustração: Kate Mcdonnell/SAÚDE é Vital)
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Tenho ouvido de muitas pessoas que o maior obstáculo para se cuidarem é a falta de tempo. E temos mesmo uma agenda estressante, sobrecarregada de atividades. Sem contar que nós, mulheres modernas, estamos sempre atentas às necessidades dos filhos, dos companheiros, dos pais… além de querermos estar bonitas e nos desenvolvermos como pessoas e profissionais.

Nem sempre é fácil gerenciar toda essa demanda. Sem tempo suficiente para se recompor, o corpo e a mente vão gastando seu estoque de energia. Aí passamos a ter hábitos de vida menos saudáveis, como uma dieta rica em produtos processados e carente em alimentos mais naturais. Nós pulamos o horário das refeições, ou vamos ficando compulsivos com doces, álcool, café etc.

O sono também sai prejudicado. Não dormimos horas suficientes para os processos internos do organismo se restabelecerem — ou até descansamos oito horas por noite, mas de maneira superficial, porque a cabeça está sempre ansiosa.

Atividade física então, nem pensar!

Em resumo, a vida estressante gera hábitos de vida que não favorecem a nossa saúde. Ela cria o cenário ideal para o surgimento de uma série de condições: obesidade, sedentarismo, dependência por cigarro, álcool e outras drogas…

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E aqui chegamos ao câncer. Já sabemos que todas essas condições favorecem o desenvolvimento de alguns tipos de tumor, entre eles o de mama, o mais comum nas mulheres (com exceção do de pele).

A questão é que dedicar mais tempo para se cuidar não é uma decisão simples. Infelizmente, não é porque você leu sobre esse assunto que tudo estará resolvido. Cultivar o autocuidado é um exercício diário. Significa mudar prioridades e crenças profundamente enraizadas sobre sua identidade.

Daí porque eu digo que não precisamos buscar a perfeição, e sim dar um primeiro passo. Faça pequenas pausas ao longo do dia para perceber as suas necessidades, respire com calma e reserve um tempo diariamente — nem que sejam dois minutos — para pensar em si. Esse já é um excelente começo.

*Regina Chamon é hematologista e responsável pelo serviço de medicina integrativa do CPO/Oncoclínicas

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