Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde

Precisamos ampliar e manter atualizados os doadores de medula óssea

Médica explica a importância de se cadastrar e atualizar os dados como doador de medula óssea, gesto capaz de salvar a vida de crianças e jovens com câncer

Por Adriana Seber, hematologista*
Atualizado em 19 out 2020, 18h17 - Publicado em 19 out 2020, 10h00
registro nacional de doadores de medula óssea
Atualmente, há mais de 800 brasileiros buscando um doador compatível nos bancos de medula óssea.  (Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

Brincar, estudar, praticar esportes, aprender todos os dias e não ter preocupações. Essa é a jornada doce da infância e que muitas vezes é interrompida pelo câncer. Todos os anos, 12 mil crianças e jovens brasileiros de até 19 anos são diagnosticados com câncer infantojuvenil, uma notícia que modifica completamente a sua rotina bem como a dinâmica familiar.

Dos tipos de câncer mais frequentes entre as crianças estão as leucemias e os linfomas – juntos, eles representam quase 48% dos diagnósticos. Nesses casos, o transplante de medula óssea pode ser uma valiosa opção quando as doenças não respondem bem ao tratamento com medicamentos ou quando recidivam, isto é, retornam. Devemos ter em mente que o transplante pode salvar vidas.

Em crianças, os transplantes são geralmente do tipo alogênico, quando as células-tronco injetadas para a reconstrução da medula óssea vêm de um doador saudável. O doador pode ser um irmão com as mesmas características de medula óssea, um voluntário também compatível ou um familiar que só tenha metade de compatibilidade. Para cada paciente e cada doença, a equipe médica avalia se é melhor um ou outro tipo de doador.

De um modo geral, os transplantes realizados no país, tanto para pacientes infantis como adultos, sofreram uma queda importante com a pandemia de Covid-19. Essa redução no número de doações é um cenário mundial, mas há expectativa de que os procedimentos voltem ao patamar adequado em breve.

É muito triste quando um doador com a mesma tipagem de medula é encontrado, mas o registro não consegue contatá-lo, algo não tão incomum por aqui. Por isso é fundamental conscientizar as pessoas da importância da atualização de seu cadastro como doadores de medula óssea. Esse processo é capaz de salvar a vida de alguém que está doente e conta com o irmão de sangue já identificado.

Continua após a publicidade

Embora o banco de doadores de medula óssea no Brasil seja o terceiro maior do mundo, ainda é preciso ter mais diversidade entre os doadores: cada raça ou etnia tem alguns tipos e características de medula óssea mais frequentes. A maior chance é sempre a de achar um doador entre pessoas que têm antepassados que vieram do mesmo lugar do mundo.

Além disso, os resultados dos transplantes com doadores que são homens jovens se mostram muito melhores — sem nenhum preconceito de nossa parte! —, apesar de o maior número de voluntários envolver mulheres de meia idade.

Como ser um doador?

Para ser um doador de medula óssea, é preciso primeiro se cadastrar em um hemocentro. Isso é feito com a coleta de dois tubinhos de sangue que serão analisados para verificar a tipagem da medula. Caso um paciente com as mesmas características precise de um transplante, o doador é chamado para confirmar a tipagem e sua disposição em ser doador — decisão que é feita após avaliação e orientação médica. Dessa forma, é muito importante manter seus dados sempre atualizados com o hemocentro.

Continua após a publicidade

A doação de medula em si é um procedimento seguro, rápido e simples, mas requer anestesia geral e um centro cirúrgico. Não envolve nenhum corte, mas uma punção no osso da bacia. Tudo leva em torno de 90 minutos. Em geral, o doador tem alta hospitalar no dia seguinte.

Uma alternativa é a doação de células-tronco do sangue periférico pelo sistema de leucoaférese, muito semelhante à doação de plaquetas. Os pacientes transplantados também precisam da transfusão de sangue e plaquetas. Só que cada doação de plaquetas dura menos de uma semana. Assim, é necessário ter sempre doadores durante o ano inteiro, principalmente em vésperas de feriados ou férias, quando os estoques de sangue caem sempre para níveis críticos. Não tenha dúvida: doar sangue e plaquetas voluntariamente vai ajudar muitas pessoas!

Reforço, então, o convite para você se tornar um doador de medula óssea e se cadastrar em um hemocentro. E se lembrar de manter seus dados sempre atualizados. Pode ser que a esperança de vida de alguém esteja ligando para você.

Continua após a publicidade

* Adriana Seber é hematologista do Hospital Samaritano Higienópolis, em São Paulo, e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea e da Associação de Medula Óssea do Estado de São Paulo (AMEO)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.