Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Esquenta Black Friday: Assine a partir de 7,99
Imagem Blog

Alimente-se

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Comer é muito mais do que ingerir nutrientes. Na receita de uma alimentação equilibrada, também há ingredientes comportamentais, emocionais, culturais e ambientais, como mostra a nutricionista Lara Natacci

Leite cru: vantagem natural ou mito perigoso?

Assunto ganhou as redes sociais novamente, junto ao boato de que leite “inflama”. Saiba o que diz a ciência

Por Lara Natacci
10 out 2025, 14h03
leite-faz-mal
Leite de vaca: fonte recorrente de mitos e fake news (Foto: Bruno Marçal/Veja Saúde)
Continua após publicidade

O discurso do “quanto mais natural, melhor” ganhou força nas redes sociais — e chegou até ao leite cru. Em vídeos e grupos, ele aparece como um alimento “vivo”, “mais nutritivo” e “sem industrialização”.

Mas por trás da aparência de pureza há um perigo silencioso: o leite cru pode transmitir doenças graves, e sua venda direta ao consumidor é proibida no Brasil desde 1969.

E por que o leite cru é perigoso?

O leite cru é aquele que sai direto da vaca, sem passar por aquecimento. Parece inofensivo, mas pode carregar bactérias como Brucella, Listeria, Salmonella e E. coli — capazes de causar infecções sérias, com febre, dor muscular, abortos e até sequelas permanentes.

No Brasil, um dos principais riscos é a brucelose, doença transmitida justamente pelo consumo de leite não pasteurizado. Por isso, o Ministério da Agricultura proíbe sua venda há mais de 50 anos.

Por outro lado, a pasteurização e o processo UHT tornam o alimento seguro para o consumo. Na pasteurização, o leite é aquecido rapidamente (cerca de 72 °C) e resfriado logo em seguida, eliminando micro-organismos patogênicos e mantendo os nutrientes.

Já o UHT (Ultra High Temperature), usado nos leites de caixinha, aquece a temperaturas mais altas por poucos segundos e prolonga a validade por meses, sem conservantes.

Continua após a publicidade

O resultado? Um leite seguro, nutritivo e acessível, que chega à mesa das pessoas com o mesmo valor nutricional do leite fresco.

+Leia também: Leite não faz mal à saúde, concluem autoridades da medicina e da nutrição

Leite é inflamatório?

Ainda há vários outros mitos que circulam por aí. Um dos mais populares é o de que “leite inflama”. Mas estudos recentes mostram que, em pessoas saudáveis, o consumo de leite e derivados não aumenta marcadores inflamatórios.

Pelo contrário: há pesquisas que associam o consumo regular de laticínios a menor risco de doenças cardiovasculares e melhor composição corporal.

Outro equívoco comum é achar que quem tem desconforto com leite precisa cortá-lo completamente.

Continua após a publicidade

Na verdade, é importante distinguir:

• Intolerância à lactose: dificuldade em digerir o açúcar natural do leite, a lactose. Nesses casos, há opções sem lactose que mantêm o mesmo valor nutricional. Ou pode-se ingerir a enzima lactase, junto ao consumo.

• Alergia à proteína do leite: reação imunológica às proteínas do leite, que exige exclusão total — mas é rara em adultos.

Leite A2 é melhor?

Se você ouviu falar do leite A2, vale entender: ele vem de vacas que produzem uma forma diferente da proteína beta-caseína, o que pode facilitar a digestão em algumas pessoas sensíveis. Mas o leite A2 tem lactose, portanto não é indicado para intolerantes.

Continua após a publicidade

O leite continua sendo um dos alimentos mais completos da dieta: fonte de proteínas de alta qualidade, cálcio, fósforo, potássio e vitaminas do complexo B.

É essencial em fases como crescimento, gestação, menopausa e envelhecimento, e também importante para quem busca manter massa muscular e saúde óssea.

Infelizmente, pesquisas mostram que o consumo de leite e derivados vem caindo no Brasil em algumas populações, contribuindo para o aumento da deficiência de cálcio na população.

Reincluir o leite — seja pasteurizado ou UHT — é uma forma simples e eficaz de cuidar da saúde dos ossos, dos músculos e do metabolismo.

Continua após a publicidade

Em resumo, não é o leite cru que traz mais saúde, e sim o leite seguro e bem cuidado. A ciência da pasteurização é um exemplo de como o conhecimento protege sem tirar o valor do alimento.

Entre o mito e a evidência, fique com o que a ciência confirma: leite é alimento, é segurança e é nutrição.

Compartilhe essa matéria via:

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Sua saúde merece prioridade!
Com a Veja Saúde Digital , você tem acesso imediato a pesquisas, dicas práticas, prevenção e novidades da medicina — direto no celular, tablet ou computador.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.