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O que é anemia ferropriva?

A anemia por deficiência de ferro é o tipo mais comum dessa doença. Conheça as causas, os sintomas, o tratamento e as formas de prevenção

Por Maria Tereza Santos
17 dez 2019, 14h55 • Atualizado em 10 abr 2023, 15h40
sintomas da anemia ferropriva
A anemia causada por deficiência de ferro é a mais prevalente no mundo. (Ilustração: GI/Getty Images)
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  • Não tem segredo: a anemia ferropriva nada mais é do que a versão dessa doença provocada pela deficiência de ferro. Apesar de não ser o único tipo — ela também pode surgir por falta de ácido fólico, entre outras causas —, é de longe a mais prevalente em todo o mundo.

    Até por isso, a leitora Maria Rosimeire Peixoto nos enviou uma carta pedindo para esclarecermos o que caracteriza essa encrenca. Quais são seus sintomas? Como tratá-la?

    Para tirar essas e outras dúvidas, SAÚDE conversou com o pediatra especializado em nutrologia Flávio Diniz Capanema, coordenador do Núcleo de Inovações Tecnológicas e Proteção ao Conhecimento da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

    Antes de tudo, cabe lembrar que toda e qualquer anemia é marcada pela baixa concentração de hemoglobina. Essa proteína, presente nas hemácias (as células vermelhas do sangue) transporta o oxigênio pela circulação. E o ferro é peça-chave nesse processo.

    Como a anemia ferropriva surge e quais seus sintomas

    Em cerca de 80% dos casos, decorre de uma alimentação inadequada que leva ao consumo insuficiente do mineral, especialmente nas fases da vida em que há uma maior demanda por ele, como na infância e durante a gravidez. No entanto, a má absorção de ferro ou a perda crônica de sangue também estão por trás da chateação.

    O paciente apresenta palidez, cansaço, sonolência e tontura. Nos quadros mais severos, há falta de ar, insuficiência cardíaca e palpitações.

    Se notar esses sinais, procure um clínico geral ou, no caso dos pequenos, um pediatra. Para fechar o diagnóstico, ele precisará pedir um hemograma, o famoso exame de sangue.

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    A queda nos índices de hemoglobina também afeta o sistema límbico, que é a área do cérebro responsável pela regulação do prazer, incluindo aí o gustativo. Por isso, o apetite é comprometido.

    “A pessoa não se alimenta adequadamente e pode desenvolver hábitos bizarros, como comer terra ou chupar gelo”, relata o médico.

    Como o nutriente participa ativamente do trabalho dos neurônios, crianças anêmicas às vezes desenvolvem déficit cognitivo e dificuldades de memorização, raciocínio e linguagem. “Com pouco ferro para ajudar no crescimento, elas podem ter sequelas permanentes”, informa o especialista.

    Por fim, a deficiência impacta o sistema imunológico, tornando os portadores mais vulneráveis a infecções.

    Como na infância as consequências são mais sérias, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda verificar a presença de anemia já aos 12 meses de idade. “O profissional deve ficar atento. Com diagnóstico precoce, há menor risco de sequelas”, afirma Capanema.

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    Quais são os grupos de risco

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% da população mundial é anêmica. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, sua prevalência é cerca de quatro vezes maior — e a anemia ferropriva responde por 95% de todos os casos.

    As crianças são as maiores vítimas, sobretudo nos primeiros dois anos de vida.

    Adolescentes e gestantes também merecem atenção especial. “Como a mulher passa a nutrir o feto, o corpo privilegia as reservas de ferro para ele, criando uma deficiência extra”, explica o profissional.

    Capanema lembra que a molecada acima do peso não está livre de se tornar anêmica. “Os pais acham que o filho está saudável porque é gordinho, mas temos que desmistificar isso. Os obesos estão em um processo inflamatório contínuo, o que prejudica a absorção de ferro”, avisa.

    Anemia indica a presença de outras doenças?

    “Ela tem um diagnóstico sindrômico. Isso significa que é uma manifestação comum de várias enfermidades diferentes”, responde o coordenador da Fhemig.

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    Quando não resulta da dieta, a anemia pode vir de problemas por trás de hemorragias ou hemólise — a destruição das células vermelhas do sangue. Alguns exemplos de males que disparam esses processos: doenças parasitárias (leishmaniose, esquistossomose), enfermidades hereditárias (talassemia) ou cânceres que atacam a medula (linfomas, leucemia).

    Como tratar a anemia ferropriva

    O tratamento em si é simples: o doutor receita doses de sulfato ferroso via oral por mais ou menos três meses. Ajustes na dieta também são importantes em alguns cenários.

    No mais, é fundamental verificar se não há doenças escondidas que estão provocando a deficiência de ferro.

    Dá para evitar?

    Antes de mais nada, a prevenção passa pela reeducação alimentar. Carne vermelha, espinafre, feijão, couve e agrião possuem boas doses de ferro.

    “No entanto, o ferro vindo de origem vegetal não é tão bem absorvido pelo organismo. Quando o associamos a fruta cítricas, o ácido fólico presente nelas dá uma ajuda”, ensina o especialista.

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    Por isso, a orientação é comer mais frutas azedinhas com as refeições. Vale laranja, uva, abacaxi, acerola, limão, caju, pitanga…

    Via de regra, as gestantes vão precisar de suplementação. Elas são aconselhadas durante o pré-natal.

    Agora, para os recém-nascidos a coisa muda. A melhor e mais eficaz maneira de evitar a anemia ferropriva na infância é a amamentação exclusiva até os 6 meses de vida. “O leite materno é o alimento que mais passa ferro para o organismo do bebê. É uma orientação mundial que surte bons efeitos”, indica o médico.

    No momento do parto, uma medida interessante é esperar entre um e dois minutos para cortar o cordão umbilical. Isso aumenta os estoques do nutriente no recém-nascido.

    Dos 6 meses até os 2 anos, a suplementação é comum devido à alta prevalência de anemia ferropriva. “Bebês prematuros ou de baixo peso correm risco adicional”, completa o profissional.

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    Capanema lembra ainda da importância de não oferecer leite de vaca antes do primeiro ano de idade do pequeno. É que a bebida concentra bastante caseína. “Essa proteína costuma inflamar a mucosa intestinal, levando a pequenos sangramentos no órgão por trás da anemia”, esclarece Capanema.

    Portanto, as crianças que não são amamentadas por qualquer motivo devem receber fórmulas específicas. E não o leite de caixinha do restante da família.

    A ingestão inadequada de ferro motivou uma regulamentação no Brasil. Desde 2004, a indústria é obrigada pelo Ministério da Saúde a fortificar farinha de trigo e milho com esse mineral — e com ácido fólico também.

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