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Você pode (ou melhor, deve) se preparar para um envelhecimento saudável. A geriatra Maisa Kairalla, da Universidade Federal de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, ensina como
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Por que precisamos pensar (de verdade) na nossa longevidade

Médica e colunista reflete sobre o que vem a ser a receita para viver mais e com prazer e saúde

Por Dra. Maisa Kairalla
21 ago 2019, 12h06
envelhecimento longevidade
Cuidados com o corpo e laços sociais fazem parte da fórmula para viver mais e melhor. (Ilustração: Joana Velozo/SAÚDE é Vital)
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Você já parou pra pensar que, quando nasceu, um idoso que tem hoje 75 anos tinha a expectativa de viver apenas até os 45? E que, daqui a umas três décadas, quem nascer no Brasil terá, em média, uma expectativa de vida de 86 anos pelo menos? Sim, cada vez estamos vivendo mais, e essa sempre foi uma busca da humanidade. Ainda na era antes de Cristo, o filósofo romano Cícero (106-43 a.C.) já dizia que ninguém era tão velho que não podia viver mais um ano.

Hoje em dia, então, já não podemos imaginar nossa vida terminando perto dos 50. Quantos sonhos não realizaríamos? Quantas oportunidades perderíamos? Hoje temos estudantes na faixa dos 60 anos. Temos gente empreendendo novas conquistas e sonhos durante essa fase chamada velhice.

Sabemos que muitos caminhos levam à longevidade, uma via hoje mais factível graças aos grandes investimentos na área da saúde, como expansão do saneamento básico, programas de prevenção e chegada de métodos de diagnóstico e tratamento sofisticados e precisos. Mas todo mundo tem de fazer sua parte, preocupando-se com os cuidados com o corpo, o engajamento social, a manutenção das habilidades cognitivas, o cultivo da fé, da espiritualidade e da resiliência e a busca por propósitos.

E o novo dilema que se aproxima é: mas até quanto envelheceremos? Passaremos fácil dos 130 anos? A resposta exata ainda não temos. Novas tecnologias trazem a esperança de uma vida longa e melhor, porém sabemos que precisamos “poupar” em termos de saúde para poder “gastar” quando formos mais velhos. Essa poupança, que deveria ser pensada desde a infância, contempla em sua receita uma boa alimentação, a prática de atividade física e outros hábitos que contribuem para um envelhecimento saudável e sustentável.

Aí está um desafio: como conscientizar mais e transpor para a rotina a necessidade de prevenção e educação em saúde. Não basta falarmos de terapia gênica, vacina contra colesterol, cirurgia robótica e bioengenharia. Precisamos nos engajar a cuidar da nossa saúde física e mental, sempre tendo em vista a reflexão de que mais importante do que envelhecer mais é envelhecer bem. Envelhecer com independência e qualidade de vida, pelo maior tempo possível.

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Vamos nos espelhar em um exemplo real, as ilhas azuis, alguns lugares do mundo em que as doenças demoram a aparecer na população. Qual é o segredo desses povos? Bons hábitos aliados a uma vida social prazerosa. Parece que a receita está em nossas mãos. Nós decidimos como será. Venha, vamos juntos chegar bem!

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