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Como a inteligência artificial pode elevar a segurança da anestesia

Registro e análise de dados no momento da cirurgia agora podem ser feitos com o apoio de um programa de computador

Por Diógenes Silva, CEO da Anestech*
Atualizado em 7 dez 2021, 10h16 - Publicado em 7 dez 2021, 10h16
inteligência artificial na medicina
Inteligência artificial já auxilia médicos no diagnóstico, no tratamento e, agora, na anestesia.  (Ilustração: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
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A inteligência artificial (IA) vem, há alguns anos, impactando significativamente a sociedade e está cada vez mais presente em todos os setores da saúde.

São amplas as possibilidades. O aprendizado e a performance das máquinas tendem a ser tão eficientes ou até melhores que a capacidade humana de processar informação e, de forma ágil e embasada por grandes volumes de dados, identificar padrões e apontar os melhores caminhos.

A aplicabilidade da IA vem propiciando aperfeiçoamentos consideráveis na área da saúde, do diagnóstico ao tratamento. A tecnologia está em cada etapa do processo, percorrendo desde o fluxo administrativo de um hospital até o receituário do paciente. Análise de exames e imagens, automação de dispositivos e monitoramento, todos esses mecanismos estão conectados hoje aos meios digitais.

Outro campo de atuação para a IA é a anestesia. Soluções computadorizadas têm o potencial de oferecer todo o suporte necessário aos anestesiologistas, que são médicos que dependem de informações e resultados imediatos, sem margem de erro, em cada momento da cirurgia, para que ela seja realizada de forma segura e sem desconforto ao paciente.

+ LEIA TAMBÉM: A saúde na era do metaverso

Essa demanda vai ao encontro da necessidade de aperfeiçoamento e gestão da informação, já que o médico anestesiologista registra dados a cada cinco minutos durante o procedimento, anotando e analisando sinais vitais e documentando minuciosamente os parâmetros para, a partir disso, construir uma capacidade preditiva sobre os efeitos dos anestésicos e o êxito cirúrgico.

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Um exemplo prático é a predição da hipotensão transoperatória: a inteligência artificial prevê com 20 minutos de antecedência que a pressão arterial do paciente vai cair drasticamente, o que permite intervir a tempo. Cada detalhe é precioso e representa a manutenção da tênue linha da vida.

Se considerarmos uma cirurgia que leva em média quatro horas de duração, imagine ao menos 400 anotações de dados vitais, hoje feitas, pela maioria dos médicos, em folhas de papel (em alguns lugares, elas são do tamanho A3).

O volume de informação produzido em uma cirurgia é altíssimo e são dados arquivados e nunca mais resgatados. Por meio dos algoritmos de IA, podemos registrar e aproveitar melhor esses dados, cruzando detalhes e gerando aprendizados.

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+ LEIA TAMBÉM: Afinal, o que é medicina de precisão?

Foi com essa ideia em mente que desenvolvemos o aplicativo AxReg, que auxilia o anestesiologista a realizar o prontuário anestésico digital e estrutura todos os dados do paciente, permitindo que o profissional fique ainda mais atento às outras necessidades durante a cirurgia.

É uma ferramenta que ajuda a dar mais segurança a uma atividade ainda cercada por receios e mitos entre a população. Dados de 2020 da Sociedade Americana de Anestesiologia mostram que 75% dos pacientes têm medo de anestesia e até 25% adiam uma operação em função disso.

É importante encarar as eficiências tecnológicas como aliadas da atividade médica. Devemos nos despir dos preconceitos, eliminar a imagem de que um “robô” poderia tomar o lugar do humano no futuro e nos perguntar se os médicos não estariam tendo hoje alguns comportamentos de robôs.

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A inteligência artificial entrou na saúde como um instrumento complementar capaz de aprimorar a tomada de decisão inclusive nos momentos mais críticos. Nosso futuro felizmente passa por ela.

* Diógenes Silva é fundador e CEO da Anestech, healthtech que desenvolve soluções de inteligência artificial para a anestesiologia

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