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Como superar os desafios da incontinência urinária

Estima-se que a condição afeta 1 em cada 4 mulheres em algum momento de suas vidas, com mais frequência após a menopausa

Por Lilian Fiorelli, uroginecologista*
14 mar 2024, 12h08
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Incontinência urinária chega a afetar mais de 50% das mulheres em algum momento da vida (Foto: Dercílio/Veja Saúde)
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Você já ouviu falar sobre incontinência urinária? Conhece alguém que tem a condição?

Esse é um problema que pode acometer qualquer um de nós, independentemente da idade. Trata-se da perda involuntária de urina, mais comumente desencadeada pelo esforço físico (espirrar, pular, dar risada) ou por urgência – um forte desejo de fazer xixi, que às vezes não é possível segurar antes de chegar ao banheiro.

Estima-se que a condição afeta 1 em cada 4 mulheres em algum momento de suas vidas, com mais frequência após a menopausa. Homens também podem apresentar o quadro, mas a prevalência é menor.

+ Leia também: Incontinência urinária é tabu entre mulheres. Silêncio atrasa o tratamento

Viver com incontinência urinária desencadeia grandes desafios na vida, mas é possível enfrentá-los com tratamento e atividades que vão prevenir agravamentos.

Segundo a pesquisa “Menstruação e escapes de xixi”, realizada pela Kimberly-Clark em parceria com o Grimpa em 2022, 80% das brasileiras nunca conversaram sobre incontinência urinária com seus médicos. Esse é o primeiro desafio para incontinentes: reconhecer o que está acontecendo e não ter vergonha de compartilhar os sintomas com um especialista.

Perder urina não é normal e pode estar escondendo muitos outros problemas – daí a necessidade de um diagnóstico certeiro.

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O processo de análise da incontinência urinária começa, na maioria das vezes, com um histórico médico detalhado e exame físico uroginecológico direcionado. Em casos selecionados, é preciso também realizar um diário miccional, que é um registro dos dados relacionados à ingestão de líquidos, à necessidade de urinar e eventuais escapes de xixi, ou até exames especializados.

+ Leia também: Incontinência urinária: menopausa favorece o problema, que tem tratamento

Essa avaliação é crucial para determinar o tipo específico de incontinência e a melhor abordagem de tratamento. Sim, há vários tipos, cada um com particularidades:

  • Incontinência urinária de esforço: quando a uretra não fecha direito por deficiência do músculo (esfíncter) ou por defeito do suporte da uretra, que leva maior mobilidade e impede o fechamento adequado da uretra no esforço.
  • Incontinência urinária por urgência ou bexiga hiperativa: quando o músculo da bexiga (detrusor) fica contraindo em momentos que deveria estar relaxado, dando a sensação de urgência. Quando essa contração da bexiga é mais forte que a pressão da uretra, acontece a perda do xixi.
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  • Incontinência urinária mista: quando existem os dois problemas acima.
  • Incontinência urinária por transbordamento: quando não há contração do detrusor suficiente para eliminar toda a urina. Assim, a bexiga fica cada vez mais cheia até perder xixi por transbordamento, que sai como gotejamento contínuo.

+ Leia também: Precisamos falar sobre saúde dos rins

O segundo desafio é o de mudar pequenos hábitos que parecem inofensivos, mas podem piorar a sua incontinência, como o consumo de alimentos cítricos, derivados da cafeína, refrigerantes e bebidas alcoólicas.

Também é importante fugir do tabagismo e praticar exercícios físicos. Podem ser considerados fatores que causam a perda involuntária de urina:

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  • Aumento da pressão na barriga: gravidez, obesidade, esforço físico intenso, tosse crônica e obstipação crônica podem empurrar os órgãos pélvicos para baixo.
  • Fraqueza ou lesão de assoalho pélvico: lesão no parto vaginal, ausência de exercícios adequados para o assoalho pélvico e acidentes pélvicos.
  • Fraqueza de colágeno: menopausa (pela queda do hormônio estrogênio), tabagismo e doenças genéticas.
  • Fatores “irritativos” da bexiga: infecções do trato urinário, bebidas alcoólicas, excesso de alimentos cítricos, apimentados, refrigerantes, uso de diuréticos e certas condições médicas.
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Outro desafio é o de manter as atividades regulares após o diagnóstico. Isso porque, dependendo do tipo de incontinência, a pessoa quer evitar que acidentes aconteçam fora de casa.

Alguns pacientes deixam de frequentar lugares que não tenham banheiro disponível por perto, só usam roupas escuras para não evidenciar possíveis vazamentos, ou até mesmo diminuem o consumo de líquidos, o que pode gerar outras complicações.

Muitas vezes, o manejo da incontinência urinária envolve uma associação de técnicas para uma melhora satisfatória. Atualmente, há disponíveis tratamentos e manejos que podem ser associados, como:

  • Exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico e outras técnicas empregadas pelo fisioterapeuta pélvico
  • Uso de roupas íntimas descartáveis adequadas à urina, para evitar dermatites e melhorar a mobilidade dessas mulheres sem a preocupação com os escapes
  • Controle hormonal, como na menopausa
  • Controle de doenças desencadeantes, como diabetes
  • Emagrecimento
  • Exercícios físicos de acordo com o que seu assoalho pélvico pode suportar
  • Prevenção e tratamento das infecções urinárias
  • Energias vaginais como Laser de CO2, Laser de Erbium e Radiofrequência
  • Tratamento em cadeiras eletromagnéticas
  • Tratamento de doenças que podem acompanhar a incontinência urinária, como prolapsos genitais (bexiga caída, útero caído e intestino caído)
  • Tratamento de intestino preso
  • Cirurgias
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A conscientização, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais e o médico uroginecologista pode auxiliar em toda a sua jornada.

*Lilian Fiorelli é uroginecologista e especialista da marca Plenitud. Participou do quadro “Dra. Responde” de Plenitud. Você pode conferir esses conteúdos no site vivaplenitud.com.br.

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