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Câncer: cuidar é também combater a desinformação

No Dia do Oncologista, 9 de julho, é preciso reconhecer o especialista que acolhe, informa e ajuda a vencer o medo com evidência científica e conhecimento

Por Roberto Gil, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca)*
9 jul 2025, 04h00
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Combater o medo do câncer é, em grande parte, enfrentar o desconhecimento que o cerca (Freepik/Freepik)
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O câncer desperta atenção, curiosidade e, muitas vezes, medo — sentimentos que, frequentemente, estão ligados à desinformação e a preconceitos que persistem.

Com o envelhecimento acelerado da população brasileira, a incidência dessa enfermidade tem aumentado, e a previsão é que, em poucos anos, o câncer se torne a principal causa de morte por doença no Brasil.

A medicina tem avançado significativamente na prevenção, no diagnóstico e no tratamento do agravo. Hoje, estima-se que cerca de 40% dos casos poderiam ser evitados. Quando o tumor é identificado precocemente, as chances de cura aumentam consideravelmente.

Progressos importantes têm sido conquistados no contexto do tratamento: nas cirurgias, com técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia e a robótica, que reduzem a agressividade da intervenção; na radioterapia, com tecnologias mais precisas, que diminuem as sequelas; e nos tratamentos sistêmicos, com a introdução da imunoterapia e das terapias-alvo, que aumentam a eficácia e reduzem a toxicidade.

Contudo, no imaginário coletivo, o câncer continua sendo visto como uma sentença de sofrimento e de morte. Nesse cenário, o oncologista assume o papel de profissional acolhedor e também de alguém que combate o medo com o conhecimento, transformando a incerteza em clareza.

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+ Leia também: “Depois do parto, descobri que o câncer tinha se espalhado pelo meu corpo”

Em cada consulta, tem a responsabilidade de desfazer mitos, explicar exames, orientar decisões e, acima de tudo, devolver ao paciente o protagonismo sobre a própria saúde.

Também traduz o vocabulário técnico da medicina em uma linguagem compreensível, empática e útil. Isso vale tanto para quem já está em tratamento quanto para quem precisa se prevenir.

No Dia do Oncologista, celebrado em 9 de julho, é importante reconhecer esse lado fundamental da prática: o compromisso com a educação, não apenas do paciente e de seus cuidadores, mas de toda a sociedade.

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A informação, quando compartilhada de forma clara e acessível, não apenas humaniza o cuidado, mas também salva vidas. Educação em saúde é uma ferramenta poderosa de equidade.

Em um país onde muitos diagnósticos ainda acontecem em estágios avançados, é urgente que o oncologista atue também como agente de conscientização: falando sobre prevenção, fatores de risco e a importância do diagnóstico precoce.

+ Leia também: Que médico cuida do câncer de mama?

Esse trabalho não se limita aos consultórios. Está nas palestras, nas redes sociais, nas campanhas públicas e, sobretudo, na disposição constante para o diálogo.

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Combater o medo do câncer é, em grande parte, enfrentar o desconhecimento que o cerca. E essa é uma batalha diária, enfrentada com paciência e dedicação por oncologistas em todo o Brasil, mesmo diante de desafios como a desinformação nas redes sociais e o acesso desigual à saúde e à educação.

Neste 9 de julho, que a celebração da data sirva também como reconhecimento a esse papel silencioso, mas fundamental, de educador. Porque informar é cuidar, e todo cuidado começa com a confiança entre quem sabe e quem precisa entender para enfrentar a doença.

Acolhimento e humanismo jamais serão substituídos por qualquer inteligência artificial.

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*Roberto Gil é médico oncologista e diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

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