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É possível transformar o atendimento a comunidades carentes com tecnologia

Jovens irmãos de São Paulo encabeçam iniciativa que busca dar acompanhamento de qualidade a regiões de baixa renda por meio da telemedicina

Por Fabio e Gustavo Sztamfater Lottenberg*
15 ago 2024, 11h30
inovacao-e-empreendedorismo
Tecnologia é ferramenta para superar desigualdade no acesso a uma saúde digna e de qualidade (Foto: Veja Saúde/Veja Saúde)
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Nosso projeto nasceu de um amor pela promoção da saúde infundido por nossos pais. A missão: queremos transformar a assistência primária em comunidades carentes, utilizando a tecnologia digital para proporcionar um atendimento mais eficiente e abrangente no país.

Essa vocação vem do DNA. Nosso pai, Claudio Lottenberg, é médico oftalmologista, presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e do Instituto Coalizão Saúde, tendo dedicado, há anos, um trabalho incansável à causa da saúde no Brasil.

Nossa mãe, Ida Sztamfater, também sempre contribuiu significativamente na área, fundando e apoiando ONGs e projetos focados na prevenção de doenças, especialmente o câncer, como o Instituto Amigo H, que mantém parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Inspirados por nossos pais, sentimos a necessidade de seguir seus passos e ampliar esse trabalho de aprimoramento e democratização do setor de saúde. Foi assim que nasceu a iniciativa do Future Good.

Essa jornada começou com a intenção de oferecer uma solução resolutiva, segura, acessível, imediata e escalável para a população da periferia da zona leste de São Paulo, especificamente na subprefeitura de Sapopemba.

Os objetivos do projeto são bem claros e delimitados: proporcionar até 15 exames e consultas médicas via telemedicina para a população local. Com os dados obtidos, realizamos uma avaliação da saúde da população, gerando visões para dar maior previsibilidade no atendimento e desenhando modelos de negócio para continuidade do cuidado.

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A primeira fase desse trabalho, que conta com uma cabine de telemedicina, tem duração prevista de seis meses e alimenta a possibilidade de gerar mais de 1 500 consultas com clínicos gerais e especialistas. Em apenas três meses de operação, já realizamos 551 atendimentos, alcançando 85% da nossa meta inicial de 650 atendimentos previstos.

+ Leia também: Você já ouviu falar em cabines de saúde?

A população atendida abrange 11 comunidades, impactando aproximadamente 5 000 famílias. Os dados coletados revelam que 40% da população tem mais de 60 anos e apresenta algum tipo de doença crônica, enquanto mais de 30% apresentam pressão arterial elevada e mais de 10% têm glicemia alterada e/ou diabetes.

Apesar dos resultados positivos, enfrentamos diversos desafios ao longo do desenvolvimento do projeto. De modo geral, a carência de políticas públicas, a falta de práticas esportivas, acesso ao lazer e cultura, atividades educativas e conhecimento na promoção de saúde na região são obstáculos significativos.

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Além disso, a escassez na assistência social e a insuficiência de elementos básicos, como saneamento e energia, em áreas invadidas representam desafios adicionais.

A iniciativa se materializa com o que chamamos de Complexo do Bem. Isso porque esse tipo de projeto não oferece apenas consultas e exames médicos. Contribui também para a economia do sistema de saúde.

telemedicina
Cabine de telemedicina do projeto em São Paulo (Foto: Future Good/Reprodução)

Um exemplo: a hipertensão representa atualmente um custo aproximado de mais de 2 bilhões de reais para o Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio da identificação precoce e do acompanhamento contínuo, é possível gerar uma economia significativa, sem falar nos ganhos diretos aos pacientes em termos de qualidade de vida.

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Estimamos que, com a redução da detecção tardia de doenças e comorbidades, possamos economizar até seis vezes o valor desembolsado no momento.

E como fazer isso? A telemedicina tem sido uma ferramenta crucial para superar barreiras geográficas, otimizar recursos e oferecer um cuidado mais personalizado e contínuo. A utilização de tecnologia de última geração, como dashboards e inteligência de dados, permite uma melhor gestão populacional, facilitando o acompanhamento de pacientes crônicos e a coordenação do cuidado.

Mesmo com as limitações de investimento e os desafios estruturais, estamos vendo que o Complexo do Bem já representa um passo importante na transformação da assistência primária em comunidades carentes, trazendo benefícios tangíveis tanto para a população quanto para o sistema de saúde.

Acreditamos que a continuidade e a expansão de projetos com esse propósito possam gerar ganhos exponenciais para o SUS, promovendo uma assistência mais qualificada e eficiente aos cidadãos que não podem pagar por ela. Convidamos todos os brasileiros a sintonizar nesse movimento.

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Juntos, podemos transformar a realidade de muitas comunidades, oferecendo um cuidado em saúde mais equitativo, digno e assertivo.

* Fabio e Gustavo Sztamfater Lottenberg são idealizadores da Future Good

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