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FIV: dieta mediterrânea pode aumentar chances de gravidez

Revisão de estudos aponta benefícios do plano alimentar para quem se submete à reprodução assistida

Por Rodrigo Rosa, ginecologista especialista em reprodução humana*
27 out 2024, 06h00
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Relação entre estilo de vida e sucesso da fertilização in vitro tem sido explorada pela ciência (Ilustração: Ricardo Davino/SAÚDE é Vital)
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A dieta mediterrânea é apontada como um dos melhores padrões alimentares, com efeitos benéficos bem estabelecidos na saúde cardiovascular e na longevidade. Agora, um estudo mostrou que o cardápio também pode melhorar os resultados de tratamentos de reprodução assistida.

O trabalho da revista Nutrients revisou estudos e demonstrou que a dieta mediterrânea pode aumentar a fertilidade e promover melhores resultados em casais que usam tecnologia como a fertilização in vitro (FIV). O benefício tem relação com a ingestão de substâncias antioxidantes, como polifenóis, que protegem as células germinativas.

A infertilidade é diagnosticada em 15% dos casais em seus anos reprodutivos. As tecnologias de reprodução assistida incluem, além da FIV, procedimentos como a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Eles são cada vez mais usados ​​para superar barreiras à concepção.

As evidências apontam que a dieta mediterrânea melhora a qualidade do sêmen, colabora para o desenvolvimento do embrião e o ambiente de implantação. Tudo isso contribui em sinergia para melhores resultados de intervenções do tipo.

Embora nutrientes tenham sido investigados quanto ao seu impacto isolado na fertilidade, os compostos de uma dieta agem juntos para produzir seus efeitos. E os estudos sugerem que a dieta mediterrânea sai na frente por ser mais ‘completa’.

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Esse padrão alimentar envolve maior consumo de azeite de oliva, grãos integrais, legumes e nozes, consumo moderado de peixe e carne branca e pouca carne vermelha ou alimentos processados.

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Achados do estudo

A revisão descobriu que os componentes da dieta mediterrânea melhoram a receptividade endometrial, favorecem a implantação do embrião, promovem o desenvolvimento da placenta e apoiam uma gravidez saudável devido ao seu aporte nutricional qualitativo, incluindo sua atividade antioxidante e anti-inflamatória.

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Além disso, a estratégia reduz a inflamação sistêmica, combate o estresse oxidativo e promove o metabolismo saudável da glicose. Esses efeitos resultam em um ambiente mais saudável para o desenvolvimento embrionário.

No geral, os estudos revisados ​​relataram que casais com melhor adesão à dieta mediterrânea tinham de 40 a 100% mais probabilidade de atingir uma gravidez clínica. As taxas de nascidos vivos foram 2,5 vezes maiores neste contexto.

Pesquisas adicionais são necessárias para confirmar todos esses benefícios. No entanto, sabemos que estudos como esse já podem ajudar casais que precisam da reprodução assistida. Ajustar a alimentação é altamente favorável para resultados satisfatórios na gravidez.

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*Rodrigo Rosa é ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana, sócio-fundador e diretor da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab

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