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Por que as bitucas de cigarro precisam ser proibidas?

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, fique sabendo: filtros não reduzem impacto do cigarro na saúde e ameaçam o meio ambiente

Por Mariana Pinho, da ACT Promoção da Saúde, e Ítalo Braga de Castro, biólogo*
Atualizado em 29 ago 2025, 07h24 - Publicado em 29 ago 2025, 06h00
bituca-plastico
Bitucas são feitas de plástico e precisam ser proibidas  (Peter Dazeley/Getty Images)
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Que se exercitar na praia é uma excelente maneira de promover a saúde física e mental, os moradores das cidades costeiras brasileiras já sabem. No Rio de Janeiro, por exemplo, nem as seguidas frentes frias que passaram nas últimas semanas foram suficientes para desanimar boa parte dos esportistas, que continuaram a encher a orla para caminhar, correr, andar de bicicleta e até nadar no mar de inverno.

Mas os frequentadores das praias brasileiras também convivem com companheiros indesejados: toneladas de bitucas (ou guimbas, dependendendo da localização do leitor), embalagens, canudos, garrafas…

Itens que, em quase sua totalidade, contêm plástico, e o liberam no ecossistema. Sim, até mesmo as bitucas, os filtros dos cigarros, que são compostos de acetato de celulose e liberam microplásticos ao se decompor.

Quem faz uma caminhada de 8 quilômetros pode encontrar nada menos que 200 mil bitucas (e seus filtros) na areia. No total, são 4,5 trilhões (tri mesmo) descartadas anualmente em todo o mundo.

+Leia também: Microplásticos por toda parte… inclusive dentro de nós

Por que há plástico nos cigarros?

Para responder a essa pergunta, precisamos voltar para a década de 1950. Naquela época, a relação entre o tabagismo e o câncer de pulmão estava ficando mais conhecida pelo público e começou a causar preocupação entre os consumidores.

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A indústria do tabaco já sabia disso há muitos anos, mas fez o possível para esconder o fato. Então, quando não conseguiram mais bancar a mentira, as empresas anunciaram a inclusão dos filtros, alegando que eles reduziriam a inalação de substâncias nocivas.

Muita gente acreditou, e os filtros proliferaram. Agora, no entanto, já se sabe que os filtros não trouxeram melhoria nenhuma para os usuários, muito pelo contrário: eles acabam fazendo com que a inalação seja mais profunda, prejudicando regiões dos pulmões que antes a fumaça tóxica não alcançava, causando um problema de saúde que não existia nos fumantes.

E são feitos de plástico. Ainda assim, os filtros continuam sendo usados em cigarros até hoje, causando poluição em ecossistemas terrestres e marítimos por todo o globo.

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Não existe motivo nenhum para isso. Os filtros pioram a saúde dos consumidores e os microplásticos liberados pelas bitucas prejudicam toda a vida na Terra. Vale lembrar que essas partículas já são encontradas no cérebro, no fígado, nos rins, na placenta… De fato, estudos recentes mostraram que praticamente todo o corpo humano sofre com a presença de microplásticos.

Por isso, especialistas e organizações de todo o mundo demandam a proibição dos filtros. E a ACT Promoção da Saúde se junta ao coro. Estamos acompanhando as negociações do Tratado do Plástico, e esse é um dos pontos de discussão.

Bitucas podem ser pequenas, mas são o lixo mais comumente encontrado no litoral, e seu impacto é devastador, tanto pelos filtros quanto pelas substâncias tóxicas presentes nos cigarros. Já passou da hora da indústria do tabaco ser responsabilizada pelos danos que causa para a saúde, sim, mas para o meio ambiente também.

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*Mariana Pinho, Coordenadora de Controle do Tabaco da ACT Promoção da Saúde, e Ítalo Braga de Castro, Prof. do Instituto do Mar – Universidade Federal de São Paulo

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