Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Vacina de HPV em dose única? Os prós e contras em discussão

OMS chegou a recomendar aplicação de uma só dose para expandir vacinação. Especialistas debatem os prós e contras desse posicionamento

Por Pedro Henrique Souza, Eduardo Paulino e Cláudio Calazan, oncologistas*
26 mar 2023, 09h08
ilustração de vacina
OMS considera uso da vacina do HPV em dose única; fabricantes defendem esquema atual, baseado em estudos maiores e mais longos.  (Ilustração: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

O câncer de colo uterino é o quarto mais comum entre as brasileiras, ficando atrás apenas dos tumores de pele, mama e intestino. Em 2023, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê que 17 010 mulheres sejam diagnosticadas com a doença, que, em mais de 95% das vezes, é provocada pelo papilomavírus humano (HPV).

Hoje, a maior arma contra esse vírus é a vacina. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece duas doses da vacina para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, com intervalo de seis meses. Imunossuprimidos de ambos os sexos, de 9 a 45 anos, recebem três doses. Pessoas de outras faixas etárias podem ser vacinadas na rede privada.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem um plano de erradicação do câncer de colo de útero, tomou uma decisão inédita. Contrariando a bula dos fabricantes, recomendou que a vacina também poderia ser aplicada em dose única em meninas e jovens entre 9 e 20 anos.

Segundo o órgão, evidências científicas surgidas nos últimos anos mostram que o esquema de dose única possui a eficácia do regime de duas ou três doses. A OMS se baseia, por exemplo, num estudo com 2 275 jovens de 15 a 20 anos no Quênia, publicado na revista científica New England Journal of Medicine Evidence.

O trabalho apontou que uma dose da vacina conferiu 97,5% de proteção contra os tipos 16 e 18 do HPV, responsáveis por 70% dos casos de câncer uterino.

+ LEIA TAMBÉM: A tríade para a prevenção do câncer de colo de útero

Recomendações off-label (fora da bula) sempre suscitam argumentos contrários e favoráveis. Em prol da posição da OMS pesa que a imunização em dose única vai ampliar o acesso à vacina, simplificar o esquema vacinal e melhorar a cobertura.

Continua após a publicidade

De fato, entre 2019 e 2021, a cobertura da primeira dose da vacinação em todo o mundo caiu de 25% para 15%.

Já um grupo de especialistas e os fabricantes defendem a manutenção do esquema vigente, argumentando que a recomendação das farmacêuticas está baseada em estudos clínicos que consumiram anos de pesquisa e foram avalizados por agências regulatórias.

BUSCA DE MEDICAMENTOS Informações Legais

DISTRIBUÍDO POR

Consulte remédios com os melhores preços

Favor usar palavras com mais de dois caracteres
DISTRIBUÍDO POR

A própria OMS encomendou mais estudos, que estão em curso, para ratificar a eficácia da estratégia da dose única. O Ministério da Saúde aguarda os resultados dessas pesquisas para se posicionar sobre o assunto.

Continua após a publicidade

A infecção por HPV é muito comum. Quase todas as pessoas sexualmente ativas são infectadas por esse vírus meses ou anos após a iniciação sexual. A maioria das infecções é combatida pelo sistema imunológico. E a vacinação e o sexo seguro evitam a contaminação.

Ocorre que existem cerca de 200 subtipos de HPV. Aqueles transmitidos por contato sexual são divididos em dois grupos: baixo e alto risco. O primeiro pode causar verrugas nos órgãos genitais, ânus, boca e garganta.

Já o segundo persiste no organismo de um percentual de pessoas durante anos, induzindo alterações celulares que resultam em tumores. O imunizante não ajuda a prevenir só o câncer de colo uterino, mas também outros tumores associados ao HPV, como de pênis, garganta e vulva.

+ LEIA TAMBÉM: CEO da MSD fala das estratégias para cercar o HPV

No Brasil, a maioria das mulheres com câncer de colo uterino é diagnosticada com a doença localmente avançada. Isso ocorre por dois motivos: os casos iniciais são, em geral, assintomáticos e nem todas as mulheres realizam regularmente o exame do papanicolau, que detecta o tumor de forma precoce. Assim que aparecem, os sintomas mais comuns são sangramento e dor durante relação sexual.

Continua após a publicidade

Quando o diagnóstico é feito em estágios iniciais, o tratamento consiste em cirurgia. Na maioria dos casos, é preciso realizar a remoção do útero e do colo. Em quadros mais avançados, mas com o tumor ainda localizado no útero e tecidos vizinhos, recomendam-se a radioterapia e a quimioterapia.

Na doença com metástase, quando se espalhou para outros lugares do corpo, é prescrita a quimioterapia. Em 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou dois novos imunoterápicos para casos avançados de câncer uterino, abrindo novas perspectivas no tratamento.

De qualquer forma, o caminho mais prudente e seguro é sempre o da prevenção.

Compartilhe essa matéria via:

* Pedro Henrique Souza, Eduardo Paulino e Cláudio Calazan são oncologistas e médicos da Oncologia D’Or do Rio de Janeiro

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.