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Numa parceria com o CDD (Crônicos do Dia a Dia), esse espaço dá voz a pessoas que vivem ou viveram, na própria pele, desafios e vitórias diante de uma doença crônica, das mais prevalentes às mais raras

“Fui diagnosticada com câncer de mama aos 23 anos”

O relato de uma jovem que transformou sua história com o câncer em coragem, aprendizado e esperança

Por Evelin Scarelli, vice-presidente do Instituto Oncoguia*
Atualizado em 28 set 2025, 07h27 - Publicado em 27 set 2025, 04h00
evelin-scarelli
Depois de tratar um câncer de mama, Evelin Scarelli passou a se dedicar à conscientização sobre a doença  (Arquivo Pessoal/Reprodução)
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23. O número de cromossomos que o pai contribui no DNA de uma criança. O trópico de câncer fica 23,5 graus ao norte, enquanto o de capricórnio fica 23,5 graus ao sul.

A Marcha do Sal, iniciada pelo líder indiano Mahatma Gandhi para protestar pela taxa do sal, durou exatos 23 dias.

Por último, mas não menos importante: 23 segundos é o tempo médio que o cérebro leva para registrar um estímulo emocional intenso, como um “Evelin, você está com câncer”, aos 23 anos.

Sensação de quarto escuro, uma pausa longa entre a vida de alguém que ainda se reconhecia no mundo e a finitude dele. Acho que isso nos conecta um pouco, não é mesmo?

Hoje, a alguns dias de me tornar a Evelin com 37 anos, consigo enxergar a vista da montanha em um ponto um pouquinho mais alto.

Primeiro me tornei paciente, depois familiar, depois uma paciente portadora de uma mutação genética – que foi a resposta do meu diagnóstico tão cedo – e alguém que trabalha dentro da causa, instrumentalizando com muito amor e entrega muitas outras vozes que se enxergam úteis neste caminho.

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E quantas histórias lindas também me preparam para puxar uma cadeira, sentar e encarar a tal da coragem em seguir com minhas próprias inseguranças a jornada da vida.

Também me tornei mãe, meu milagre pós-câncer e que, assim como tudo na vida, chegou depois de muita ressignificação e trabalho. Antes de ser mãe, fui um corpo bastante machucado que duvidou de si. Depois, me vi como o solo onde o meu menino de cabelos cor de trigo cresceu.

Aprendizados da jornada

Vale a pena não desistir dos sonhos que temos na vida e quando eles se tornam ainda mais complexos, vale a pena adaptá-los, como aprendi com uma querida amiga nessa jornada.

E por falar em vida, acho que essa danada é um bocado sobre isso, né? Como todo tecido tem sua trama bordada lindamente na parte da frente, seu avesso também mostra suas complexidades e desafios.

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Escrevo para te contar que esse contato mais íntimo com o tempo te faz valorizar o que é único, revistar seus valores e refletir com carinho sobre seus reais objetivos neste planeta repleto de cores. Isso costuma acontecer com uma porção de pessoas. Mas não tenha pressa para aprender, pois essa ansiedade também gera medo do amanhã.

A vida entre ondas calmas e mares agitados

Escrevo para contar que, dentro do oceano do câncer, às vezes o mar fica mais bravo e o barquinho balança mais que o desejado, mas que também existem dias de contemplar ondas mansas e o sol quentinho refletindo das águas. Tudo junto e misturado, mais uma vez trama e avesso.

Ah, e quase esqueço de contar que 23 é o número médio de mutações que os cientistas encontram em células cancerosas… Mas também é o número de segundos que o cérebro leva para registrar uma virada na vida, lembra?

Aos 23, eu era uma célula que virou revolução…

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À você, querida companheira de jornada e no seu bordado da vida, te desejo inspiração com algumas pinceladas de metáforas. No seu ritmo, subindo suas montanhas, descobrindo suas próprias vistas inesquecíveis e momentos de pausa no barquinho.

Velejamos juntas.

Com amor,

Eve.

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*Evelin Scarelli é vice-presidente do Instituto Oncoguia. 

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