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O Futuro do Diabetes

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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes

A menor bomba de insulina do mundo chega ao Brasil

Novo dispositivo usa inteligência artificial e tecnologia automatizada para melhorar o controle da doença

Por Carlos Eduardo Barra Couri
30 out 2025, 14h33
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O dispositivo pode revolucionar o tratamento do diabetes  (Medtrum/Divulgação)
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Imagine um pequeno dispositivo, que cabe na palma da mão, capaz de controlar automaticamente o nível de glicose no sangue, liberar insulina na dose certa e dar mais liberdade a quem convive com o diabetes.

Parece ficção científica? Pois essa tecnologia acaba de ser aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e promete estar disponível no mês de novembro.

O que é esta nova bomba de insulina?

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(Medtrum/Divulgação)

Esta é a menor bomba de insulina do mundo: mede cerca de 4 cm por 3 cm por 1 cm de espessura e se chama Patch Pump Touch Care Nano, da empresa chinesa Medtrum.

Ela é colada diretamente sobre a pele — por isso é chamada também de “patch pump” — e não tem fios nem tubos. Essa ausência de “canalículos” evita desconfortos e reduz riscos, especialmente em crianças, que podem se enroscar nos fios de outros modelos.

A bomba é composta por um pequeno reservatório de insulina, que deve ser trocado a cada três dias. A troca inclui também a agulha e a pilha, garantindo praticidade e segurança. Ela pode ser usada em diferentes regiões do corpo: abdômen, braço, coxa ou parte superior do glúteo. A insulina utilizada deve ser de ação rápida ou ultra-rápida, e deve ser comprada separadamente nas farmácias.

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+Leia também: Novo sensor de glicose prevê variações perigosas antes que elas aconteçam

Um sistema inteligente que imita o pâncreas

A patch pump não trabalha sozinha. Ela se conecta ao CGM Nano, um pequeno sensor subcutâneo que mede a glicose no sangue a cada dois minutos e que deve ser trocado a cada 14 dias. Essas informações são enviadas automaticamente para a bomba, que ajusta a liberação de insulina conforme a necessidade do organismo. Este sensor de glicose dispensa a necessidade de calibração.

Desta forma, a pessoa fica com dois dispositivos pequenos e discretos literalmente “colados” ao corpo: a bomba de insulina e o sensor. Mas o grande diferencial não está no tamanho: está na inteligência artificial do sistema.

O algoritmo da Patch Pump simula o funcionamento de um pâncreas artificial, controlando a glicemia de forma muito mais precisa e autônoma.

O usuário e seu médico podem escolher entre três níveis de automação:

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  • Modo manual: o paciente insere as doses de insulina manualmente conforme as orientações médicas, contando os carboidratos das refeições e informando a contagem ao sistema.
  • Modo automatizado: a bomba começa a fazer correções automáticas de insulina com base nas medições do sensor e nas informações que o usuário insere sobre a contagem de carboidratos. Neste modo, a bomba aumenta e reduz a infusão de insulina com base na inteligência artificial.
  • Modo “quase” totalmente automático (modo Meal): neste modo, a bomba de insulina faz praticamente todo o cálculo das doses de insulina nas 24 horas com base na inteligência artificial. Quando o paciente vai se alimentar, não precisa mais contar carboidratos: basta avisar a bomba que fará a refeição, e ela mesma calcula a dose adequada com base nas glicoses do sensor.

A combinação entre a Patch Pump e o sensor CGM Nano representa um grande passo na direção de um pâncreas 100% artificial.

A tecnologia de inteligência artificial reduz a necessidade de intervenção humana e tende a melhorar significativamente o controle glicêmico — algo que até pouco tempo exigia enorme disciplina e atenção diária dos pacientes. Essa autonomia representa um avanço imenso na qualidade de vida: menos preocupação, menos interrupções no dia a dia e muito mais liberdade.

Outro destaque é a conectividade do sistema. A Patch Pump permite que médicos, nutricionistas e educadores em diabetes acompanhem os dados do paciente em tempo real, de qualquer lugar do mundo, por meio de uma plataforma online segura. Essa integração facilita ajustes de tratamento e torna o acompanhamento contínuo mais eficiente.

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Pequena, resistente e à prova d’água

Além de tudo, a Patch Pump é à prova d’água, podendo permanecer submersa por até uma hora, a 2,5 metros de profundidade. Ou seja: o usuário pode tomar banho, nadar e praticar atividades físicas sem precisar retirar o dispositivo.

O sistema foi aprovado para uso a partir dos 2 anos de idade, podendo beneficiar tanto pessoas com diabetes tipo 1 quanto aquelas com diabetes tipo 2 que fazem uso de insulina.

O Brasil ainda tem uma adesão pequena ao uso de bombas de insulina em comparação a outros países, especialmente os desenvolvidos. Mas a chegada da Patch Pump pode mudar esse cenário. Com conforto, segurança e automação, essa tecnologia oferece o que muitos pacientes sempre desejaram: vida com mais liberdade e menos preocupação.

No Brasil, a Patch Pump será comercializada, distribuída e terá suporte oferecido pela Alliance Pharma, que ainda não divulgou o custo do equipamento.

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