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O Futuro do Diabetes

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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes

Mounjaro é aprovado como tratamento para obesidade

A tirzepatida, originalmente liberada para tratar o diabetes, era até agora utilizada de forma off label para perda de peso

Por Carlos Eduardo Barra Couri
Atualizado em 9 jun 2025, 09h53 - Publicado em 9 jun 2025, 09h04
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Mounjaro é disponibilizado em diferentes dosagens (Eli Lilly/Divulgação)
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A Anvisa aprovou nesta segunda-feira (9) o emprego da tirzepatida (Mounjaro) no tratamento de obesidade em adultos.

Para usar o medicamento, é preciso ter mais de 18 anos e um índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 ou 27 com pelo menos uma comorbidade (como pré-diabetes, hipertensão, apneia do sono ou dislipidemia). Até então, esta arma farmacológica estava restrita ao diabetes tipo 2.

Nos estudos que levaram à aprovação, como o SURMOUNT 5, o uso semanal da tirzepatida resultou em redução de peso média de 20,2% em pessoas com obesidade sem diabetes, ou cerca de 22 kg, enquanto a semaglutida (de Wegovy e Ozempic) promoveu 13,7% de perda, ou 15 kg .

Isso representa um efeito 47% maior no controle do peso em comparação com a medicação mais potente até o momento.

+Leia também: Semaglutida x tirzepatida para redução de peso: quem ganha o duelo?

O que é e como atua a tirzepatida (Mounjaro)?

A tirzepatida é uma caneta injetável aplicada sob a pele uma vez por semana, com doses que começam baixas (2,5 mg) e vão aumentando até 15 mg, conforme orientado pelo médico.

Ao agir simultaneamente imitando os hormônios GLP-1 e GIP, ela reduz o apetite, aumenta a sensação de saciedade e acelera a queima de gordura

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O tratamento exige supervisão médica contínua. Isso porque efeitos adversos, especialmente náuseas, diarreia, vômitos e desconfortos gastrointestinais, afetam cerca de 18% dos usuários, especialmente no início.

O acompanhamento não serve apenas para garantir segurança, mas também para ajustar a dose e motivar a continuidade do tratamento.

Receita retida: nova regra a partir de 23 de junho

Para evitar o uso indiscriminado, a Anvisa determinou que a partir de 23 de junho será obrigatória a retenção da receita médica em farmácias para tirzepatida e outros agonistas de GLP-1, como semaglutida e liraglutida.

A receita deverá ser impressa em duas vias — a farmácia ficará com uma — com validade de até 90 dias. O objetivo é garantir que o paciente esteja se tratando dentro das indicações corretas e com supervisão profissional.

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+ Leia também: Ozempic: os riscos de usar apenas para perder uns quilinhos

Tratamento poderoso, não um passe livre

A tirzepatida não é um remédio estético, mas um tratamento da obesidade como doença crônica. Seu uso deve ser parte de uma estratégia ampla que inclua, alimentação saudável, exercícios regulares, suporte multidisciplinar e principalmente o uso contínuo, pois sua suspensão pode resultar em reganho de peso.

Com a nova lei, a compra fica mais segura, mas também mais burocrática — reforçando que não se trata de receita fácil, mas de prescrição médica responsável.

Aprovado para diabetes tipo 2 em setembro de 2023 e recém-chegado às farmácias, em maio de 2025, o Brasil está vivendo um  desabastecimento deste medicamento. Atualmente as doses que temos por aqui são as de 2,5 e 5 mg semanais.

Segundo a Farmacêutica Lilly, o abastecimento será recuperado nos próximos dias e, nos próximos meses, teremos disponíveis aas doses de 7.5mg, 10mg, 12.5 e 15mg.

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