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Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito

Apenas 35% das pessoas sabem que colesterol alto faz mal ao coração

Grande maioria da população não vê a dislipidemia como fator de risco para doenças cardiovasculares

Por Juliana Kato, nutricionista, e Adriana Bertolami, cardiologista*
8 ago 2023, 09h34
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Colesterol alto muitas vezes precisa ser controlado com medicamentos. (Foto: Dercílio/SAÚDE é Vital)
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A data de 8 de agosto marca o Dia Nacional de Combate ao Colesterol. E é mesmo preciso conscientizar a população sobre o assunto.

Um levantamento promovido pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) ouviu 2.236 pessoas de cidades do interior e da capital paulista, e deixou claro que, quando o assunto é colesterol, ainda há muito desconhecimento de causa.

Apenas 35% dos entrevistados mencionaram a dislipidemia como fator de risco para doenças cardiovasculares (DCVs).

Dos consultados, 20,2% admitiram nunca terem feito exames para saber sobre o colesterol. Outros 35% relataram a dosagem há mais de um ano, enquanto apenas 44,9% – menos da metade – haviam realizado o teste no ano vigente.

Para pacientes sem histórico de dislipidemia, o teste pode ser anual. Já para aqueles diagnosticados com o problema é recomendável a medição, no mínimo, duas vezes ao ano.

+ Leia também: O que explica o aumento da obesidade entre jovens no Brasil?

Alimentação, colesterol e coração

A má alimentação – que também pode influenciar no aumento do colesterol ruim – foi o quesito mais citado como fator de risco cardiovascular no levantamento da Socesp, com 45% de menções.

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Dessa forma, observamos que menos de metade da amostragem entende a importância do que vai à mesa para contribuir com uma vida saudável.

Todos os grupos alimentares fazem parte de uma dieta ideal. A questão são as quantidades que devem ser consumidas.

Cereais, pães e tubérculos, por exemplo, são carboidratos fonte de energia e devem fazer parte da alimentação.

A dica é sempre dar preferência a forma integral destes itens, devido à maior quantidade de fibras, que têm impacto positivo na saúde cardiovascular, principalmente as fibras solúveis, que colaboram para a redução do colesterol LDL, considerado prejudicial às artérias.

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+ Leia também: Vegetal como prato principal

A aveia é um exemplo de fibra solúvel amiga do bom colesterol, o HDL.

Com custo acessível e por ser muito versátil, ela tem potencial para integrar o cardápio diário. Pode ser consumida junto as frutas, iogurtes, na forma de mingau ou ainda como substituto da farinha de trigo nas preparações.

Duas colheres de sopa ao dia de farelo de aveia podem trazer ganhos para manter o colesterol sob controle. Mas só 74% dos entrevistados na pesquisa registraram incluir esse grupo alimentar, que tem cereais, pães e tubérculos, na rotina.

Da mesma forma, não é aceitável que 27% da população não mantenha a ingestão regular de frutas e – pior ainda – 35% não inclua sequer hortaliças no prato regularmente.

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Além disso, o fato de 67% dos respondentes consumirem leite e derivados ressalta a necessidade um alerta: o melhor aqui seria a opção pelos produtos desnatados ou – pelo menos – semidesnatados. Esta, contudo, não é a realidade.

A falta de controle do açúcar – mencionado por 66% dos participantes como um dos ingredientes rotineiros – vai na contramão da busca por qualidade de vida.

O cuidado aqui precisa ser redobrado porque, além do açúcar que “vemos”, há também o “invisível”, aquele dos alimentos ultraprocessados, como biscoitos, que também trazem na composição gordura trans. Essa é uma dupla inimiga do bom colesterol.

Problema comum

O Estudo Epidemiológico de Informações da Comunidade (Epico), também coordenado pela Socesp junto a 7.724 indivíduos com pelo menos um fator de risco cardiovascular, mostrou que o colesterol elevado impactava 71,1% dos entrevistados e era o terceiro fator mais recorrente, atrás da hipertensão – a mais prevalente, com 96,2% de acometimentos – e do diabetes tipo 2 (78,8%).

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A desinformação é um outro fator de risco cardiovascular.

Em consultas, notamos que muitos daqueles que tomam medicação de uso contínuo para controle do colesterol acreditam não haver problema em comerem “de tudo”, como se estivessem imunizados contra os males de uma alimentação desregrada.

Mas, obviamente, isso não é verdade. Literalmente somos o que comemos.

*Juliana Kato é nutricionista e diretora executiva do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). Adriana Bertolami é cardiologista e assessora científica da Socesp

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