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Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito

O que a parada do Orgulho LGBT+ tem a ver com doenças cardiovasculares?

Cardiologistas fazem alerta para que patologias cardíacas não comprometam o envelhecimento desta população

Por Roseli Tardelli, jornalista, Ricardo Pavanello, cardiologista*
21 jun 2025, 07h00
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Envelhecimento da população LGBT precisa ser olhado com cuidado pelos profissionais de saúde (Panuwat Dangsungnoen/Getty Images)
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Pensando no envelhecimento saudável e com dignidade, a 29ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo trará o tema “Envelhecer LGBT+ Memória, Resistência e Futuro.” O evento acontece em 22 de junho e os organizadores aproveitarão sua visibilidade para promover a conscientização dos cuidados cardiovasculares também nesta população.

O objetivo é que a Parada se torne ainda um momento de educação em saúde.

Em consonância com a proposta da parada, o Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), realizado entre os dias 19 e 21 de junho, terá uma plenária sobre prevenção de doenças cardiovasculares (DCVs) na comunidade LGBT+ em sua programação.

O debate acontece na Arena ESG (Environmental, Social and Governance), espaço criado para discussões da correlação entre DCVs e o tripé Ambiental, Social e Governança. Os riscos cardiovasculares do público LGBT+ estão contemplados nas práticas sociais e devem ser uma preocupação específica de médicos e autoridades.

Ao incluir a pauta em seu congresso, a SOCESP contribui para minimizar os danos que o preconceito acarreta: não é aceitável que males que podem matar sejam negligenciados mesmo quando existem tratamentos e controle.

+Leia também: Inclusão e saúde: os desafios de ser LGBTQIAPN+ no Brasil

HIV e coração

Estudos comprovam que o risco cardiovascular em quem tem HIV é cerca de 2,16 vezes maior do que na população em geral, tornando a infecção por este vírus uma questão “a mais”.

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Vale ressaltar que apesar da incidência de portadores ainda ser relevante entre o grupo LGBT+ e os mais jovens trata-se de uma doença sexualmente transmissível, que afeta qualquer um que não use preservativos nas relações sexuais.

Desde que passaram a ser utilizados, em 1996, os medicamentos antirretrovirais – ou terapia antirretroviral combinada (TARV) – possibilitaram que a aids não seja mais uma sentença de morte: a falência do sistema imunológico se mantém sob controle.

As pessoas que vivem com HIV têm maior probabilidade de desenvolver DCVs devido a múltiplos fatores relacionados à própria infecção, ao tratamento antirretroviral e aos riscos metabólicos comuns nesse grupo. Sobrepeso, tumores malignos e alterações cardiovasculares são exemplos.

Ao mesmo tempo em que a terapia antirretroviral precisa ser ministrada, há prejuízos ao coração: de acordo com os Dados Epidemiológicos e Incidência de Doença Cardiovascular em Pacientes com HIV/Aids, antes da TARV, cerca de 7% daqueles com HIV já apresentavam manifestações cardiovasculares relacionadas à imunossupressão.

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Após o início da terapia, um estudo longitudinal mostrou que a síndrome metabólica afetava 77,5% daqueles que vivem com HIV, com 43% apresentando hipertensão e 73,6% diabetes.

Entre as medidas profiláticas que evitam a progressão de risco cardiovascular em pessoas sob terapia antirretroviral, recomenda-se o uso de estatinas e antiagregantes plaquetários para prevenção secundária. Eles possuem efeitos imunomoduladores, anti-inflamatórios e antiplaquetários.

No entanto, a prescrição desses medicamentos ainda é subutilizada, com adesão de apenas 50% dos pacientes elegíveis, o que denota a urgência de campanhas que exponham a conexão entre Aids, terapia antirretroviral combinada e o coração.

Alertas de prevenção

Para manter a saúde, mudanças são vitais para todos: praticar atividade física regularmente; alimentação saudável; parar de fumar; redução do consumo de álcool e controle rigoroso da pressão arterial, glicemia e colesterol.

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+Leia também: As 10 dicas de ouro para proteger o seu coração, segundo a ciência

Todos nós, todas as tribos dos roqueiros à comunidade LGBT+, devemos ir além, buscando informações sobre riscos específicos de doenças cardíacas, realizar exames preventivos, acompanhamento médico regular e suporte psicológico.

Já os centros de saúde e seus profissionais precisam promover, cada vez mais, ambientes inclusivos e livres de preconceito, facilitando o diálogo aberto com todos e todas, para que se sintam acolhidos, informados e seguros para se cuidarem, com ganhos para a qualidade de vida, a longevidade e a vida em comunidade.

Um planeta aonde sejamos acolhidos, respeitados em nossas escolhas. Ser quem é e fluir com o afeto faz bem para a alma e para o coração com longevidade e uma sociedade igualitária.

*Roseli Tardelli é jornalista, fundadora da Agência Aids e criadora do Camarote Solidário, que acontece durante a Parada LGBT+ de São Paulo. Ricardo Pavanello é cardiologista e presidente da edição 2025 do Congresso da Socesp.

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