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Para comer saudável, tenho que preparar minha comida em casa?
Especialista argumenta que uma alimentação saudável não precisa, necessariamente, ser constituída só de refeições feitas em casa
O que é uma alimentação saudável? Ela depende de onde é preparada ou dos alimentos que a compõem? Se sua mãe preparar uma quentinha para você, isso é saudável? E se sua mãe pedir uma quentinha, ela perdeu a saudabilidade?
Sou da época em que a TV tinha basicamente uma cozinheira na tela: a querida Ofélia – que, por sinal, morava em um apartamento abaixo do meu e me presenteava diariamente com aromas dos seus preparos para levar ao ar antes do almoço. Pena que ela nunca deixou uma quentinha em nossa casa.
Hoje, temos até canais exclusivos de culinária. Com isso, muitas pessoas estão envolvidas nesse mercado. Ensinar a cozinhar na TV dá audiência.
Agora eu pergunto: quantas vezes você pegou a receita da bonitona ou do bonitão da TV para fazer em casa? Tente e cronometre o tempo que vai gastar em uma situação real, sem cortes e edições.
+Leia também: Os nutrientes e alimentos que ajudam a conquistar uma pele saudável
A preparação dos alimentos está cada dia mais onerosa e nossa vida, cheia de afazeres. O tempo para cozinhar está ficando exíguo. Diante disso, tratar o delivery ou a comida congelada como crimes não me parece adequado.
Quando pensamos em sustentabilidade, o menor desperdício de alimentos, segundo a literatura, são os alimentos congelados. Eles mitigam o desperdício, oferecem um acervo mais amplo que nossa cozinha e, se bem escolhidos, podem, sim, nos beneficiar com variabilidade de nutrientes.
Aí você pode me perguntar: mas Lancha, comida congelada é saudável? A resposta é: pode ser, ou não. Em termos de preservação do alimento e de seus nutrientes, o que posso dizer é que a tecnologia de alimentos evoluiu imensamente, e é capaz de entregar pratos de excelente qualidade.
Na França, uma rede de comida congelada entrega uma diversidade de pratos e alimentos que vão desde vegetais ao Filé Wellington, passando por sopas, pratos com baixo teor de sódio e gordura, etc.
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Cabe aqui a reflexão: até o momento, não assistimos a tecnologia dar ré na história da humanidade em nenhuma área do conhecimento. Desejar que todos tenham horta e criem suas galinhas é lindo no discurso e pode garantir muita audiência na TV. Mas sejamos razoáveis: para a maioria das pessoas, que estão cheias de afazeres, que trabalham pelo menos oito horas dia, que gastam horas no trânsito – e que ainda querem fazer alguma coisa além disso tudo –, nem sempre é viável preparar pratos diversos.
Talvez, para uma pessoa, seja possível cozinhar alguns dias na semana e complementar com itens congelados. Já outro indivíduo pode reservar um tempo no fim de semana para criar diferentes pratos e congelá-los para o dia da semana.
Um terceiro pode, por não saber cozinhar direito, amparar-se mais em opções moderadas nas entregas e no mercado. E, claro, tem quem realmente consiga preparar todas as suas refeições.
O ponto é: não mire sonhos inatingíveis de acordo com sua realidade. Até porque, aí sim, o risco de acabar optando por congelados e deliveries mais calóricos aumenta. Pense na sua vida de forma prática, e considere as vantagens de limitações de cada refeição.
Eu, por exemplo, adoro fazer churrasco e pizza com os amigos em eventos especiais. E também invisto em congelados sem peso na consciência – e me considero saudável!
A pergunta que deveríamos fazer na verdade é: a saudabilidade da comida está na forma que ela chega até você ou nas escolhas que você faz? Pense nisso e bom apetite.
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