Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Prato de Criança

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Mariana Del Bosco é nutricionista expert em alimentação infantil e mãe da Alice e da Isabel. Por aqui ela traz as lições da ciência e da experiência (de casa e do consultório) para a criançada comer melhor
Continua após publicidade

Faz sentido cortar glúten e caseína para ajudar no tratamento do autismo?

Nossa colunista fala sobre o impacto das restrições alimentares na rotina de pacientes dentro do espectro

Por Mariana Del Bosco
28 abr 2023, 16h10
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Cerca de 25% das famílias que convivem com o transtorno do espectro autista (ou TEA) buscam estratégias alternativas de tratamento e, entre elas, estão alterações na alimentação.

    Nesse sentido, dois tipos de dieta se popularizaram: uma restrita em glúten (que é uma proteína encontrada no trigo, no centeio e na cevada) e outra restrita em caseína (que é uma proteína do leite).

    Entretanto, essas intervenções alimentares estão longe de representarem um consenso entre os especialistas. E vou trazer alguns pontos para entendermos o porquê.

    + Leia também: Abril Azul: a alimentação pode ajudar no tratamento do autismo?

    Sempre que pensamos numa estratégia de tratamento, mesmo que seja dietético, é preciso ter a evidência de sua eficácia e de sua segurança.

    E esses dados não vêm de casos de sucesso de prática clínica nem mesmo de publicações cientificas que tenham baixo nível de evidência.

    Continua após a publicidade

    Para entendermos a real eficácia e segurança de uma intervenção, precisamos de estudos bem desenhados, que consigam isolar outras variáveis capazes de interferir no desfecho.

    Além disso, é importante contar com um número de participantes representativo e com um grupo suficientemente homogêneo, para que possamos extrapolar esses resultados para a população.

    Compartilhe essa matéria via:

    Aí sim, temos uma validação da estratégia.

    Continua após a publicidade

    Atualmente, os resultados das pesquisas que avaliam os impactos da retirada dos alimentos com glúten e leite para indivíduos dentro do TEA são controversos.

    Há uma tese de que o glúten e a caseína poderiam, por um mecanismo ainda pouco elucidado, gerar algum processo inflamatório, intensificando a manifestação de comportamentos neuroatípicos.

    + Leia também: Doença celíaca: sintomas, alimentação, diagnóstico e tratamento

    Mas os estudos de alta qualidade não demonstraram essa associação.

    Continua após a publicidade

    Vale destacar, entretanto, que se o paciente tiver alergia à proteína do leite de vaca, alergia à trigo ou doença celíaca, o consumo desses alimentos irá causar desconforto. Aí, sim, poderemos ter a exacerbação de alguns sinais associados ao TEA.

    Os estudos, atualmente, também não deixam claro se as alergias e intolerâncias alimentares são mais prevalentes dentro do espectro, mas o fato é que, se houver o diagnóstico de alergia alimentar ou de doença celíaca, a retirada do alimento agressor será necessária.

    Em alguns casos, exames podem ajudar a fechar o diagnóstico. Mas, na maioria das vezes, é a dieta de exclusão seguida do teste de provocação oral (com a nova exposição ao alimento) que elucidam a necessidade de se manter ou de se suspender a dieta.

    Para isso, é preciso ter acompanhamento com médico e nutricionista com experiência em alergia alimentar.

    Continua após a publicidade

    O risco de cortar alimentos sem necessidade

    Dentro do espectro, é comum haver algum grau de seletividade alimentar.

    E a restrição da dieta, se desnecessária, incrementa o risco nutricional, já que pode limitar a participação de alimentos que são nutricionalmente relevantes na rotina e de fácil aceitação.

    A dieta de restrição também traz um importante impacto social. Afinal, os lanches da escola precisarão ser diferentes do restante da turma e nem sempre haverá opções em festinhas e eventos.

    + Leia também: Entenda as diferenças entre intolerância e alergia alimentar

    Continua após a publicidade

    Claro que, havendo necessidade, planejaremos esse percurso. Mas, e se não for?

    Costumo dizer que, tão importante quanto fazer a restrição alimentar quando há clareza no diagnostico, é não fazê-la quando se descarta a hipótese de alergia ou intolerância.

    Cada caso é único e precisa ser avaliado com a família e com a equipe.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.