Perigo da bronquiolite aumenta com o outono
Crianças pequenas e idosos estão mais vulneráveis a formas graves da infecção. Colunista conta como podemos nos defender
Estamos em pleno outono e as temperaturas começam a apresentar maiores variações típicas dessa estação. Devemos nos preparar melhor para isso − e para as infecções respiratórias mais comuns nessa época do ano.
Embora a gente se preocupe com as chamadas doenças de inverno, o cuidado precisa começar antes, no outono.
Covid-19, gripe e resfriados tendem a aumentar em incidência no período que coincide com a chegada de frentes frias. Infecções bacterianas por trás de otites, sinusites e pneumonias também dão mais as caras nessa temporada.
Todos esses quadros infecciosos apresentam sintomas semelhantes, tais como coriza, tosse, febre e mal-estar. A intensidade e as complicações diferem de acordo com a faixa etária e as condições de saúde da pessoa.
Nesse contexto, quero chamar a atenção para um agente infeccioso não tão conhecido e que preocupa sobretudo quem tem filhos pequenos, o vírus sincicial respiratório (VSR).
É o principal causador da bronquiolite (uma inflamação nos bronquíolos dos pulmões), doença que ameaça principalmente crianças no primeira ano de vida, mas não poupa os maiores também.
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Embora o quadro possa ser brando para algumas pessoas (geralmente adultos), as formas graves da bronquiolite geram internações e podem ser até fatais.
Para evitar que a situação fique fora do controle, usamos inalação de broncodilatadores, corticoides e suporte de oxigênio, quando necessário, assim como antibióticos, quando existem infecções bacterianas secundárias, que se aproveitam da fragilidade do paciente.
É bom saber que todo mundo está suscetível a esse vírus. A grande maioria sentirá apenas um resfriado. Mas, além das crianças menores, os idosos merecem atenção, pois também estão mais suscetíveis às formas graves da doença.
Não existe um tratamento específico contra o VSR. Mas dá para se prevenir. Como? Da mesma forma que fazemos com as demais infecções respiratórias.
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O vírus da bronquiolite tem alta transmissibilidade. Então, evitar contato com pessoas com sintomas (tosse, espirro…), especialmente se estiverem sem máscara, tentar escapar de ambientes pouco ventilados e lavar sempre as mãos são medidas prudentes.
Até o momento, não tínhamos nenhuma vacina eficaz para prevenir essa infecção, mas as coisas podem mudar. Um imunizante que completou a fase de estudos e está na etapa final de análise regulatória deve ser aprovado e chegar ao mercado ainda neste ano.
Nas pesquisas, ele demonstrou eficácia de 82% contra infecções graves em bebês e de cerca de 70% nos seis primeiros meses de vida. Além das crianças, idosos e adultos com doenças respiratórias crônicas poderão se beneficiar da vacina, prevenindo complicações por esse vírus.
Será um grande passo para evitar milhares de mortes de crianças, especialmente em países em desenvolvimento, além de outros milhares de internações de idosos.
Vamos torcer. E prevenir sempre que possível. Afinal, respirar é preciso!