Criação severa mexe com o cérebro das crianças
Além de interferirem na estrutura cerebral, agressões deixam marcas sociais e emocionais
Chacoalhar, gritar ou bater: se essas explosões de raiva são frequentes com o filho, aumentam os riscos de que ele chegue à adolescência com problemas como ansiedade e depressão. Cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, descobriram essa ligação ao avaliar 94 adolescentes que haviam sido monitorados entre os 2 e os 9 anos, de acordo com o grau de exposição a um ambiente agressivo.
“Violência constante, inclusive verbal, gera alterações cerebrais principalmente na amígdala, área responsável por regular nossas emoções”, esclarece a neuropediatra Liubiana Araújo, da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Isso aumenta a propensão a prejuízos nas habilidades sociais e emocionais no futuro.”
É normal sentir raiva
“Todo mundo está sujeito a perder a paciência, e não é o caso de sentir culpa”, pontua Liubiana Araújo. Nessas horas, a saída é entender o que está sentindo e fazer uma pausa antes que venha a explosão. Em vez de gritar, atirar coisas no chão, afaste-se, tome uma água, respire e volte para ter uma conversa tranquila. “Ao fazer isso, o adulto demonstra à criança que é possível controlar o estresse”, diz a médica.
Educar sem traumatizar
Táticas para lidar com o pequeno sem perder a cabeça
Aceite o choro
Em vez de insistir para que a criança pare de chorar, ajude-a a entender o sentimento ou sensação que a levou às lágrimas.
Ouça de verdade
Se seu filho não recebe atenção quando quer desabafar, sente-se frustrado e inseguro, o que desencadeia mais birras.
Não rotule
Ficar repetindo que ele é desobediente ou teimoso só vai carimbar essa informação no cérebro dele e exacerbar as crises.
Saiba valorizar
Reconhecer o comportamento adequado e as conquistas fortalece a autoestima e o autocontrole.