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Mais um subtipo do vírus da poliomielite é erradicado no mundo

Das três versões de “vírus selvagens” por trás da pólio, duas já sumiram do planeta. É mais um passo rumo à erradicação da paralisia infantil

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 27 jul 2022, 17h14 - Publicado em 24 out 2019, 14h29
dia mundial de combate a polio 24 de outubro
Mais uma cepa do vírus da poliomielite foi erradicado. (Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital)
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Boa notícia para o Dia Mundial de Combate à Pólio. Especialistas da Iniciativa para a Erradicação Global da Pólio, um grupo vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciaram que o subtipo 3 do vírus selvagem da poliomielite foi oficialmente varrido do planeta. Ele é uma das três versões desse agente infeccioso — em 2015, o mesmo comitê certificou a eliminação do tipo 2 no planeta inteiro.

“Essa conquista é um marco para a saúde global. O comprometimento de parceiros e países, junto com as inovações, fez com que, dos três sorotipos selvagens da pólio, só um permanece”, comemorou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da OMS, em comunicado à imprensa.

O último caso detectado de poliomielite provocada pelo tipo 3 do vírus ocorreu na Nigéria, em 2012. De lá para cá, a equipe da Iniciativa para a Erradicação Global da Pólio fiscalizou os episódios da doença de perto até finalmente chegar a essa conclusão.

Resta ainda enfrentar o tipo 1 do vírus. Ele permanece em circulação no Paquistão e no Afeganistão. Do ponto de vista de sintomas e transmissão, as três cepas são similares.

Todas passam pela saliva ou pelo contato com fezes de pessoas infectadas. E provocam coriza, febre, dor de cabeça e garganta, enjoos. Em 1% dos casos — geralmente em crianças menores de 5 anos —, esse inimigo ataca o sistema nervoso, levando a danos motores e respiratórios. Daí porque a poliomielite ganhou o apelido de paralisia infantil.

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Além do tipo 1, as autoridades estão se esforçando para erradicar, na África, um subtipo do vírus que surgiu da própria vacina em gotinhas contra a pólio. Como assim?!

Ora, esse imunizante contém uma versão enfraquecida do vírus para estimular o sistema imunológico a criar anticorpos contra a doença. Até aí tudo bem. Acontece que, mesmo atenuado, esse vírus eventualmente passa para as fezes. Em locais sem saneamento básico, ele pode contaminar indivíduos não vacinados.

Tal fenômeno não é ruim por si só, uma vez que o agente infeccioso é fraquinho e, ao invadir o organismo de outra pessoa, costuma estimular a produção de anticorpos contra a poliomielite sem desencadear sintomas.

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O problema é quando esse contágio ocorre em regiões desassistidas e que sofrem com uma constante baixa taxa de vacinação. Aí o vírus vindo da vacina circula livremente e pode sofrer mutações que o tornam um pouco mais agressivo — e, portanto, capaz de causar paralisia em crianças fragilizadas principalmente. Para saber mais sobre o assunto e sobre a segurança das vacinas, acesse o site do Rotary.

Curiosamente, está aí mais um motivo para manter a vacinação em dia. Quem recebe as doses adequadamente desenvolve um sistema de defesa que não deixa qualquer variante do vírus da paralisia infantil prosperar e gerar estragos.

Por que tomar a vacina contra a pólio no Brasil?

Se os casos dessa enfermidade estão distantes e restritos a poucos países, por que se proteger? Em resumo, é possível que uma pessoa infectada viaje para o Brasil e espalhe a doença. Se a população não estiver devidamente imunizada, o vírus pode voltar a circular com força — seriam décadas de prejuízo só porque algumas pessoas resolveram não ir aos postos de saúde.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, desde 2016, a taxa de vacinação do Brasil está abaixo de 90%. A meta da OMS para evitar a disseminação em larga escala é de 95%.

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