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7 razões de saúde que não impedem a prática de atividade física

Não vale mais deixar de suar a camisa em razão de algumas condições desfavoráveis do organismo

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 26 out 2016, 10h13 - Publicado em 3 abr 2015, 08h19
Alex Silva / Revista Saúde é Vital
Alex Silva / Revista Saúde é Vital (/)
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Hoje o consenso entre pesquisadores é que, com os devidos cuidados e sob orientação especializada, exercícios físicos podem ser realizados com segurança mesmo por portadores de doenças crônicas.

1. Osteoporose

É verdade que o risco de uma queda render fraturas cresce em gente com ossatura frágil. Mas é possível lançar mão da musculação para derrubar essa barreira: afinal, músculos bem trabalhados servem como amortecedores de impacto e trazem equilíbrio. Como se não bastasse, as atividades de resistência solidificam o esqueleto. Um artigo da Universidade Walsh, nos Estados Unidos, demonstra ainda que sujeitos com osteoporose que vão à academia regularmente dependem menos de terceiros para cumprir tarefas do cotidiano. Caminhada também traz benefícios para quem sofre com a fragilidade óssea. No passado, acreditava-se que, por proporcionar choques potentes dos pés com o chão, a corrida seria mais construtiva ao esqueleto. Mas hoje se sabe que o impacto das passadas regulares estimula a produção de massa óssea, com a virtude de causar menos fraturas por estresse do que a corrida.

2. Artrose

A osteoartrite, também conhecida como artrose, nada mais é do que um desgaste das juntas. As dores e a rigidez muscular que provoca costumam tirar a disposição para se mexer. Mas incluir a musculação na rotina é ótima estratégia para conter a chateação. Ela é um dos métodos mais eficazes para proteger as articulações, porque favorece a produção do líquido sinovial, que mantém as cartilagens nutridas e íntegras. Sempre com orientação de um professor, o ideal é reduzir as repetições e aumentar a carga, o que dá um gás a mais às fibras musculares que seguram o tranco imposto às juntas toda vez que damos um passo ou subimos a escada. Outro ponto importante é dar foco à área abalada. Quem sofre com artrose de joelho, por exemplo, faz de tudo para não usar a perna afetada de apoio. Ocorre que o desuso enfraquece os músculos, abrindo as portas para mais incômodos. O jeito é dedicar tempo ao desenvolvimento do local debilitado. As juntas se beneficiam também com a caminhada, que igualmente turbina o tal líquido que abastece a cartilagem – assim, garante a integridade dessa estrutura, responsável por impedir o doloroso atrito entre um osso e outro.

3. Hipertensão

Quem sofre de pressão alta pode mesmo malhar? O esforço não agravaria essa condição? Não, desde que ela esteja controlada e sejam feitos ajustes nos treinos. Na hora da musculação, por exemplo, em vez de trabalhar os dois braços ao mesmo tempo, a recomendação é fazer uma série só com o esquerdo e, depois, outra com o direito. Recrutar muitos músculos pode comprimir demais os vasos. Para saber a intensidade correta, preste atenção: se notar que está prendendo a respiração, você passou do ponto. Afinal, o simples fato de segurar o ar já joga a pressão para o alto. Opte, sob orientação profissional, por cargas mais leves. Nunca passe do seu limite – ou melhor, até pare um pouco antes de alcancá-lo. O ideal é executar algumas repetições a menos do que conseguiria se atingisse o máximo de esforço. E respeite as pausas: cada série precisa ser intercalada com um período de repouso de pelo menos um a dois minutos. Assim a pressão se mantém sempre em um nível tolerável.

4. Câncer de mama

Já não resta dúvida de que suar a camisa auxilia na prevenção e no tratamento da doença. As atividades físicas previnem a degeneração dos músculos e contornam o estresse e a tristeza – sentimentos comuns em pessoas diagnosticadas com tumores nos seios. E mais: pacientes com câncer que se conservam mais ativas dormem com maior facilidade. Quem enfrenta a doença, é claro, precisa tomar precauções específicas para não ameaçar a sua recuperação. Durante o tratamento, muitas vezes é difícil sair da cama mesmo com o aval do médico por causa de efeitos colaterais, como fadiga e enjoo, decorrentes da própria terapia. E, quando esses sintomas se manifestam de maneira intensa, de fato a atitude correta é descansar. Só que, no momento em que eles dão uma leve trégua, vale a pena tirar o corpo do marasmo. Parece contraditório, mas essa atitude atenua, mais tarde, a volta do cansaço e das náuseas. E não apenas as atividades aeróbicas são aliadas nessa hora. Levantar peso cerca de duas vezes por semana, por exemplo, diminui o linfedema, um inchaço que às vezes aparece nos braços de mulheres em terapia. Ioga também traz benefícios: na americana Universidade do Estado de Ohio, mulheres com câncer de mama realizaram essa modalidade duas vezes por semana. Após três meses, elas apresentaram uma menor concentração de substâncias inflamatórias, que colaboram para o tumor. Sem contar que a prática, por incluir a meditação, aplaca o estresse, outro fator que gera inflamações.

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5. Obesidade

Ajustar a dieta e malhar é a combinação ideal para manter o peso. O Colégio Americano de Medicina do Esporte recomenda um mínimo de 150 minutos de atividade física moderada por semana, de modo a aprimorar a saúde como um todo. Se o objetivo é perder peso, no entanto, o mínimo estipulado sobe para 250 minutos. Contudo, principalmente entre sedentários, cumprir tal meta logo de cara chega a ser, sim, perigoso em algumas situações. A progressão deve ser gradual. O princípio vale sobretudo aos obesos, que, se extrapolarem seus limites, correm um alto risco de sofrer lesões e problemas cardiovasculares. Cada um precisa ser avaliado pelo seu médico e, combinado com a orientação de um profissional de educação física, encontrar a intensidade correta. Outra dúvida comum: musculação é indicado? Já adiantamos: puxar ferro sem equilibrar a dieta não implicará um grande emagrecimento. Mas exercícios de resistência ajudam a aprimorar a composição corporal, trocando gordura por massa magra, e deixam os praticantes menos propensos a sofrer panes no coração. Para isso vale investir em treinos curtos e intensos e realizar atividades que priorizem abdômen e costas.

6. Dores crônicas

Pessoas que sofrem de fibromialgia têm até medo de fazer ginástica. Isso porque a condição provoca incômodos dos pés à cabeça, que pioram quando se mexe além dos limites. Mas práticas leves funcionam como um remédio para amenizar os sintomas. Nesse contexto, a musculação auxilia a remover toxinas dos músculos, afastando as dores. Nas primeiras vezes que pisa na academia, o fibromiálgico não raro apenas executa o gesto de um exercício, sem carregar carga alguma – a meta é não disparar sensações dolorosas. Como boa parcela dos pacientes reclama de desconfortos logo depois de acordar e à noite, uma tática interessante é agendar os treinos nos momentos em que as dores dão uma trégua. E não vale forçar regiões sensibilizadas: se o ombro está pegando durante uma sessão, deixe-o de lado e trabalhe outras partes do corpo. Quando ele parar de incomodar, você compensa.

7. Gestação

Gravidez não é doença, nunca é demais lembrar. Vale também outra máxima: toda gestante deve controlar seu peso. Dois terços das futuras mamães ganham quilos além da conta, e gestantes obesas correm mais risco de sofrerem com dores articulares, diabete gestacional, pressão alta e infecções, entre outras complicações. Por isso, gravidez e sedentarismo não combinam. Muitas mulheres, com o intuito de proteger sua cria, deixam de se exercitar – ou veem na fase outra justificativa para estender a preguiça e nem começar. Acontece que as atividades físicas, desde que leves, não oferecem risco na maioria dos casos. E, claro, são grandes ajudantes na manutenção do peso. Isso porque queimam calorias e mantêm os músculos em forma. Há, contudo, cuidados especiais. Em primeiríssimo lugar, a gestante precisa do acompanhamento de um médico especializado. Só ele consegue flagrar eventuais complicações que, aí sim, exigem o afastamento de certas práticas. Esportes com bola ou outros acessórios que podem atingir a barriga devem ser evitados, assim como aqueles em que existe a possibilidade de um encontrão. Recomenda-se também preferir modalidades que não envolvam mudanças bruscas de direção ou freadas intensas. Sintomas como dor, sangramento vaginal ou tontura durante a ralação são sinais de que algo não vai bem. Mas, respeitando os limites, dá para se manter ativa, bonita e, acima de tudo, saudável durante todos os nove meses.

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