Ciclismo na rua: benefícios superam efeitos indesejáveis da poluição
Experiência realizada em São Paulo indica que as vantagens do exercício ao organismo batem os riscos ligados aos poluentes
Um estudo engenhoso e controlado com dez ciclistas, conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), colocou à prova se a poluição atmosférica seria uma contraindicação para exercitar-se ao ar livre em centros urbanos como a capital paulista. E a conclusão sugere que não!
Os voluntários, com anos de treino no currículo, foram acomodados em um contêiner especial localizado em um dos locais mais movimentados da cidade e convidados a pedalar 50 km numa corrida contra o relógio.
O contêiner apresentava filtros que, uma vez acionados, bloqueavam a entrada dos poluentes ali dentro. Os cientistas testaram dois cenários: com a poluição real vinda do tráfego da região; e em um ambiente fechado e protegido dessas partículas.
Ao avaliar marcadores fisiológicos nos atletas, a equipe constatou que a poluição não seria um fator limitante à prática de exercícios e as adaptações e os benefícios gerados ao corpo podem se sobrepor às reações negativas.
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Como foi feito o experimento
Pesquisa analisou dois cenários — com e sem poluição
O lugar: o estudo foi realizado num contêiner instalado próximo à Rua Teodoro Sampaio e à Avenida Doutor Arnaldo, área por onde passam quase
100 mil veículos por dia.
O controle: o contêiner contava com filtros especiais que podiam barrar a entrada dos poluentes externos e assegurava temperatura e umidade controlada.
Os testes: o primeiro cenário expunha os ciclistas à poluição do tráfego da região. No segundo, os filtros entraram em
ação e bloquearam os poluentes.
Os resultados: pelos parâmetros avaliados em exames, os benefícios do exercício, ainda mais em pessoas treinadas, superam riscos ligados à má qualidade do ar.
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De olho nos parâmetros
O que o grupo da USP avaliou nos ciclistas
Fatores fisiológicos: medidas clássicas como pressão, frequência cardíaca e saturação de oxigênio no sangue.
Estado inflamatório: moléculas liberadas pelas células de defesa diante de um evento estressor (a poluição).
Neuroplasticidade: produção de uma substância no cérebro (BDNF) associada à melhora da cognição.