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Trombose venosa é bem mais comum em quem vê TV demais

O excesso de horas em frente à televisão foi associado a casos de tromboembolismo, que causa de inchaço nas pernas à perigosa embolia pulmonar

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 23 dez 2020, 13h05 - Publicado em 21 mar 2018, 16h55
Trombose nas pernas é causada por sedentarismo
O excesso de TV não é, nem de perto, amigo da saúde. (Foto: Dulla/SAÚDE é Vital)
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Não são só as longas viagens de carro ou avião que promovem a formação de trombos (coágulos) nas veias. Segundo um estudo das universidades de Minnesota, Vermont e da Carolina do Norte (todas nos Estados Unidos), passar muito tempo vendo televisão quase dobra o risco do chamado tromboembolismo venoso, que pode deflagrar dor e inchaço na perna – ou uma embolia pulmonar, que pode até matar.

Os pesquisadores começaram identificando a quantidade de casos de tromboembolismo venoso entre 15 158 pessoas de 45 a 64 anos. Foram, no total, 691 episódios ao longo do experimento.

A partir daí, esses dados foram cruzados com as repostas de um questionário que, entre outras coisas, perguntava sobre a assiduidade com a qual os participantes viam televisão. Eles poderiam responder “nunca ou raramente”, “às vezes”, “frequentemente” ou “muito frequentemente”.

Pois bem: em comparação com quem quase nunca ligava o televisor, os mais aficionados pela telinha apresentaram uma probabilidade 71% maior de sofrer com trombose nas veias. É uma diferença considerável.

“Infelizmente, o estudo não permite traçar um limite máximo de TV por dia, porque não avaliou a quantidade exata de horas que as pessoas ficavam no sofá”, diz o angiologista Breno Caiafa, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ). “Mas ele alerta para a necessidade de não passarmos longos períodos imóveis em quaisquer situações do dia a dia”, completa.

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Ou seja – e como você já deve imaginar –, não é que a televisão de alguma forma emite ondas maléficas para as veias. Longe disso. O que ela faz é nos deixar hipnotizados, sem mexer as pernas por horas a fio. E a imobilidade é um grande fator de risco para a trombose.

“O ideal é dar uma caminhadinha pelo menos a cada hora”, sugere Caiafa. “Mas, se a pessoa estiver no cinema, por exemplo, pode ao menos mexer os dedos dos pés, contrair a panturrilha e mudar a posição das pernas de tempos em tempos”, completa.

O que a trombose venosa causa

Quando o trombo se forma dentro de uma veia, ela provoca uma inflamação na região e dificulta a passagem de sangue. Com isso, surgem inchaço, vermelhidão, dor…

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“Geralmente, esses sintomas são mais comuns nas pernas e atingem um só lado do corpo”, ensina Caiafa. A obstrução de uma veia também pode estar por trás das varizes – e vice-versa.

Entretanto, é comum que o tromboembolismo sequer apresente sinais claros. “Muitas vezes, a primeira manifestação do problema é a embolia pulmonar, que é quando o trombo se desprende e vai parar nos pulmões”, diz Caiafa. Cerca de 30% das pessoas com trombose desenvolvem esse quadro, que chega a ameaçar a vida.

Daí porque é tão importante prevenir o problema. Como? Além de mexer as pernas, beba bastante água, pare de fumar, emagreça… No fim, uma boa conversa com um médico dá conta do recado.

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