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Acetilcisteína: o que é, para que serve e como funciona esse remédio

Mais conhecida pela forma em xarope, a acetilcisteína é um expectorante que alivia a tosse. Veja o uso infantil e adulto, reações adversas, benefícios

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 21 set 2022, 14h59 - Publicado em 23 jun 2022, 18h55
tosse, simbolizando sintomas tratado por acetilcisteína
Mais conhecida por sua forma em xarope, a acetilcisteína é indicada para momentos graves de infecções respiratórias em que há dificuldade de expectoração (Foto: Omar Paixão/SAÚDE é Vital)
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A acetilcisteína é um medicamento expectorante que serve para aliviar a tosse e secreções respiratórias provocadas por diferentes razões, como pneumonia e bronquite. É vendido como xarope pediátrico e adulto, e em forma de granulado (pó), ingerido como efervescente.

Esse remédio é comercializado por diversas empresas farmacêuticas e pode ser encontrado pelos nomes NAC, Fluimucil, Flucistein ou Cisteil. Sua forma genérica é vendida por acetilcisteína ou N-acetilcisteína.

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O que a acetilcisteína faz e para que serve?

A acetilcisteína ou N-acetilcisteína age como expectorante. Ou seja, diminui a viscosidade da secreção pulmonar e facilita a sua remoção pela tosse. Ele não é um antibiótico.

“Este é um medicamento indicado quando se tem dificuldade para expectorar e há muita secreção densa e viscosa”, pontua a farmacêutica Letícia Nogueira Leite, do Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos (Cebrim/CFF).

Essa tosse pode ser provocada por:

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O remédio também é indicado como antídoto na intoxicação por paracetamol. “Nesse caso, a acetilcisteína inativa a molécula utilizada para a metabolização desse medicamento, que é muita tóxica para o fígado”, completa Letícia.

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O medicamento é encontrado nas farmácias na forma de xarope e efervescente, mas em ambiente hospitalar o tratamento pode ser via injetável ou por nebulização, segundo o médico pneumologista e cirurgião Marcelo Basso Gazzana, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.

A ampola utilizada para nebulização pode até ser levada para casa, mas é prudente que as primeiras aplicações ocorram no hospital pelo risco de broncoespasmo. “É uma espécie de crise de asma”, explica Gazzana. “Já a versão injetável intravenosa serve para tratar aquela intoxicação por paracetamol”, esclarece o médico do Hospital Moinhos de Vento.

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Como tomar acetilcisteína?

O xarope pediátrico é indicado para crianças com mais de 2 anos. A orientação deve, claro, vir do pediatra, porém a bula indica uma dose de 5 mililitros (ml), de duas a três vezes por dia. Crianças maiores podem precisar de mais doses.

Já o xarope para adultos tem indicação de 15 ml, uma vez por dia, preferencialmente à noite. Isso também pode mudar dependendo da gravidade da doença.

A forma em pó ou granulada é vendida em sachês com gramagens diferentes. O envelope de 200 miligramas (mg) pode ter indicação para ser utilizado de duas a três vezes por dia. Já o de 600 mg, apenas uma dose, de preferência à noite.

Pode ser utilizado por idosos e gestantes?

Não há estudos conclusivos sobre esse medicamento em mulheres grávidas. Ele só deve ser usado se o médico entender que os benefícios são maiores que os riscos.

Os idosos também seguem as doses indicadas para adultos, mas sempre sob prescrição médica.

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Quanto tempo dura o tratamento?

Como de costume, isso deve ser avaliado pelo médico. Em geral, o remédio age na fase aguda da infecção respiratória ou das exacerbações de doenças.

“A indicação costuma variar de sete a dez dias. Mas pacientes com secreção crônica podem usar por mais tempo, embora a eficácia da acetilcisteína seja modesta em casos mais graves de doença pulmonar recorrente”, pontua Gazzana.

Nessas situações, o médico tende a optar por outros tipos de medicamento, como broncodilatadores de longa ação, corticoides inalatórios, entre outros.

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Quais os riscos de tomar acetilcisteína sem prescrição?

A automedicação é comum com ela, até por ser de baixo custo e vendida sem receita. “Ao aliviar um sintoma, há o risco de mascarar doenças mais graves, como a pneumonia”, alerta Gazzana.

O médico defende que a acetilcisteína não deve ser utilizada para aliviar sintomas alérgicos e respiratórios em casa, sem orientação de um profissional. Até porque existem diferentes opções para conter essas manifestações.

Quais são os principais efeitos colaterais da acetilcisteína?

Os mais comuns são os gastrointestinais, como náusea, vômito e diarreia. Sintomas dermatológicos podem ocorrer, a exemplo de erupção na pele ou urticária.

“Os comprimidos efervescentes contêm sal, o que pode ser prejudicial para pacientes com insuficiência renal, cirrose e doença cardíaca. Já a forma injetável para uso intravenoso raramnte provoca choque anafilático [uma reação alérgica grave]”, pontua Gazzana.

Esse medicamento é utilizado no tratamento da Covid?

Houve tentativas de utilizar a acetilcisteína no tratamento de pacientes graves da Covid-19, mas sem sucesso.

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“O medicamento tem um potencial mecânico lógico e pareceu ter efeito em estudos observacionais. Mas pesquisas randomizadas, controladas e duplo cego não mostraram benefícios. A acetilcisteína não é um tratamento preconizado para a Covid-19”, afirma Gazzana.

Aliás, essa medicação já foi testada contra diferentes doenças, mas até agora sem sucesso para além das indicações já previstas em bula, segundo o pneumologista Rodolfo Bacelar Athayde, do Complexo Hospitalar Dr. Clementino Fraga, de João Pessoa.

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