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Anemia: o que é, sintomas, causas e como combater

Esse problema no sangue afeta a distribuição de oxigênio pelo corpo, e não tem só a ver com carência de ferro! Veja como evitar ou tratar os tipos de anemia

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 5 Maio 2022, 10h32 - Publicado em 8 abr 2021, 18h14
Ilustração de gota de sangue, que representa a anemia
A anemia é marcada pela falta de hemoglobina no sangue. (Foto: GI/Getty Images)
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O que é anemia?

A anemia é definida como uma deficiência nos níveis de hemoglobina, uma proteína dos glóbulos vermelhos (ou hemácias) do sangue que ajuda a transportar o oxigênio pelo organismo. Como consequência, diferentes tecidos e órgãos do corpo sofrem com a falta de oxigenação, o que pode gerar diferentes sintomas. O tratamento depende do tipo e da gravidade do problema — e vai desde a suplementação de ferro ou vitaminas do complexo B até o transplante de medula óssea.

Na maioria das vezes, a anemia é consequência de uma doença ou carência nutricional, e não uma enfermidade em si.

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Sintomas de anemia

Os mais frequentes são:

  • Palidez da pele e mucosas
  • Cansaço
  • Falta de apetite
  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Falta de ar
  • Dor no peito
  • Vontade de comer coisas estranhas (gelo, terra…)
  • No caso das crianças, dificuldade de aprendizado e concentração

Como esses sinais são comuns a vários outros quadros, só exames mais detalhados definem a anemia.

Tipos de anemia

Eles são definidos pela causa da anemia — embora os sintomas se assemelhem bastante entre um e outro. Confira os principais:

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Anemia ferropriva: é provocada pela carência de ferro, um mineral que integra a hemoglobina e ajuda na produção das hemácias. É o tipo mais comum de anemia no mundo todo.

“Ela surge devido a ingestão inadequada de ferro, principalmente na infância, adolescência e gravidez”, explica o hematologista Fernando Ferreira Costa, coordenador do comitê de glóbulos vermelhos e de ferro da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH).

Anemias por deficiência de vitamina B12 e ácido fólico: “Essas vitaminas do complexo B são importantes para a manutenção do DNA. Sem elas, o paciente não consegue fazer as células da medula óssea se dividirem para formarem os glóbulos vermelhos”, informa Costa.

Quando a falta desses nutrientes é causada pela dieta inadequada, dá-se o nome de anemia megaloblástica. Porém, algumas pessoas possuem uma doença autoimune que as impede de absorver essas vitaminas pela alimentação. Se isso culminar em redução das hemoglobinas, estamos diante da anemia perniciosa.

Anemia aplástica: essa é uma doença autoimune marcada pela redução na produção de diferentes constituintes do sangue. Ela pode ser hereditária ou, mais comumente, disparada por certas infecções (HIV, hepatite, vírus Epstein Barr…) ou exposição a produtos químicos tóxicos.

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Essa versão de anemia acarreta sintomas específicos, como sangramentos involuntários constantes e manchas roxas pelo corpo.

Anemia hemolítica: “Em pessoas saudáveis, os glóbulos vermelhos vivem, em média, 120 dias. Na anemia hemolítica, o tempo é reduzido para dez a 20 dias”, compara Costa.

Essas células são destruídas pelos próprios anticorpos do corpo, seja em decorrência de uma doença autoimune, seja pela ação de medicamentos e reações à transfusão de sangue.

Anemia falciforme: é um tipo de anemia hemolítica hereditária. A hemoglobina dos pacientes com essa doença tem um formato diferente, que acaba se destruindo com mais facilidade. Eles sentem dor no corpo e correm maior risco de infecções.

Quais são os fatores de risco

  • Herança genética
  • Crianças e adolescentes em fase de crescimento
  • Gestantes
  • Idosos
  • Mulheres com fluxo menstrual intenso
  • Pessoas que seguem dietas restritivas ou pobres em nutrientes (pessoas vegetarianas ou veganas devem conversar com profissionais)
  • Pacientes com doenças crônicas, autoimunes ou que causam sangramentos
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Como é o diagnóstico

A identificação da anemia se baseia principalmente na história do paciente e em um hemograma, o popular exame de sangue.

“Mas também precisamos identificar o tipo e as razões da anemia. É necessário saber o porquê de ela ter aparecido”, pontua Costa. Isso pode exigir testes complementares.

Definir a versão de anemia nem sempre é fácil. Casos complexos em geral precisam ser encaminhados para um hematologista.

A anemia tem cura? Como funciona o tratamento

As anemias provocadas por desajustes na alimentação são facilmente tratáveis com suplementação (por via oral ou injetável), que sempre deve ser recomendada por um especialista. Em paralelo, a pessoa será orientada a acertar sua dieta.

Se o aporte de ferro ou de vitaminas do complexo B for normalizado, pronto: a anemia tende a desaparecer.

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Já outras situações envolvem tratamentos mais delicados. “Para lidar com a aplástica, por exemplo, temos que fazer um transplante de medula óssea 100% compatível”, avisa Costa.

“Na falciforme, a terapia básica se inicia nos primeiros anos de vida com o intuito de prevenir complicações e infecções. São aplicadas vacinas e antibióticos profiláticos”, acrescenta o expert. O paciente precisa de um acompanhamento multiprofissional por toda a vida.

Como prevenir a anemia

As anemias com razões autoimunes e hereditárias, infelizmente, não são preveníveis. Mas as geradas por deficiências nutricionais, sim.

Para começar, não deixe de investir em uma alimentação rica em ferro, vitamina B12 e ácido fólico. Você encontra esses itens em frutas, verduras, cereais, leguminosas, leite, carnes e ovos.

Uma dica para quem não come carne é valorizar as frutas ricas em vitamina C. Essa substância potencializa a absorção do ferro presente nas leguminosas. Os veganos especificamente precisam fazer suplementação de B12, um nutriente encontrado apenas em itens derivados de animais.

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“Além disso, é importante saber que existem fases da vida nas quais necessitamos de suplementos, sempre sob recomendação médica”, pontua Costa.

Na gravidez, o obstetra deve repor o ferro da mulher, pois o feto exigirá uma quantidade maior do mineral. Adolescentes também têm que ficar de olho nos níveis de ferro. Já idosos tendem a sofrer com a carência de B12.

Por fim, o aleitamento materno é especialmente importante para evitar a anemia em bebês, especialmente nos com 6 meses de vida ou menos. “Se no primeiro ano a criança não for amamentada, provavelmente precisará de suplemento de ferro. Isso precisa ser avaliado pelo pediatra”, finaliza Costa.

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