Botox e botulismo: Anvisa recebe notificações e emite alerta
Agência reforça recomendações sobre a aplicação correta da toxina botulínica para procedimentos estéticos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta para profissionais de saúde que trabalham com injeções de toxina botulínica, o botox, para procedimentos estéticos. A entidade ressaltou a importância de considerar os riscos inerentes à técnica, após receber duas notificações de casos de botulismo relacionados à aplicação do botox.
Além de destacar a necessidade de que a técnica seja feita por profissionais devidamente habilitados e com medicamentos aprovados, a Anvisa informou que solicitou aos fabricantes de produtos com toxina botulínica que atualizem suas bulas para incluir informações sobre o risco de desenvolvimento da doença após o procedimento.
O que é o botulismo
O botulismo é uma doença que geralmente ocorre devido à ingestão de alimentos contaminados pela bactéria Clostridium botulinum. Esse micróbio produz a toxina botulínica que, embora tenha uma aplicação geralmente segura em procedimentos estéticos, causa problemas graves de saúde quando está presente na comida.
É mais comum que a contaminação ocorra em produtos enlatados ou em conserva.
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Apesar de ser muito mais raro, o botulismo também pode ocorrer após a realização de procedimentos estéticos com toxina botulínica. Nesses casos, ele é chamado de botulismo iatrogênico. O quadro pode surgir horas ou dias após o procedimento estético, com sintomas em partes do corpo muitas vezes distantes do local da aplicação.
Sintomas do botulismo
Eles incluem:
- Visão borrada
- Pálpebras caídas
- Dificuldades de fala, deglutição e respiração
Em casos mais avançados, a doença promove uma paralisia muscular generalizada que pode levar à morte.
Recomendações da Anvisa
A Anvisa reforçou que a toxina botulínica deve ser administrada somente para indicações aprovadas pelo órgão, dentro das doses aprovadas, de acordo com o que consta na bula.
Além de ser administrado por profissionais habilitados, o medicamento deve necessariamente ter registro na Anvisa e não ser utilizado em caso de qualquer suspeita de falsificação ou adulteração.
Profissionais de saúde devem também questionar o paciente sobre seu histórico de uso de botox em caso de sintomas suspeitos, especialmente em relação às datas de injeções prévias.
Pacientes devem ficar atentos aos sintomas de botulismo nas horas e dias após aplicações da toxina botulínica, procurando imediatamente um serviço de saúde se qualquer sinal da doença surgir, de modo a iniciar o tratamento com a chamada antitoxina botulínica e evitar complicações.
A Anvisa ainda recomenda que profissionais e pacientes mantenham informações precisas sobre o medicamento injetado, com informações como nome comercial, número do lote e a dose que foi utilizada na sessão.