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Carvão ativado para clarear os dentes: odontologistas pedem cautela

Produtos à base de carvão são vendidos como a solução para clarear os dentes em poucos dias. Mas especialistas contestam a eficácia e segurança deles

Por Thaís Manarini
Atualizado em 22 jan 2020, 10h44 - Publicado em 14 dez 2018, 17h57
clareador de dente
Clareamento dental com carvão ativado não tem respaldo científico, dizem dentistas  (Foto: Omar Paixão/SAÚDE é Vital)
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O clareamento dental está na moda. E um dos tratamentos para deixar os dentes brancos que tem feito enorme sucesso entre os brasileiros é o carvão ativado.

Indica-se passar o pó preto, vendido principalmente pela internet, de uma a duas vezes ao dia para ver os dentes reluzirem em até duas semanas. Parece ótimo, né? Só que a estratégia não é encarada com bons olhos pelos especialistas.

“Não foram realizados testes e não existem protocolos publicados na literatura específica que orientem seu uso”, informa o odontologista Mario Sergio Giorgi, presidente da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp).

Além de não existir evidência científica para embasar a compra do produto, há riscos associados à sua aplicação. Isso porque o clareamento que ele provoca seria causado pela remoção de detritos e de parte do esmalte dentário.

“O carvão mineral é extremamente corrosivo e abrasivo. Ele desgasta a superfície onde entra em contato”, resume o odonto Camillo Anauate Netto, também da Câmara Técnica de Dentística do Crosp. Esse desgaste levaria ao surgimento de sensibilidade e dor.

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“Fora que, se o paciente tiver restaurações estéticas, elas podem sofrer pigmentação ao entrar em contato com o carvão ativado”, acrescenta Giorgi.

Para clarear o dente com segurança

Segundo Netto, há duas formas de clareamento clássicas: a caseira e a de consultório. No primeiro caso, recorre-se ao chamado peróxido de carbamida, que tem baixo poder de oxidação. Ele é aplicado pelo próprio paciente, em casa.

O produto é colocado em um molde que se encaixa nos dentes do indivíduo – essa peça é produzida pelo cirurgião-dentista em seu consultório. “A aplicação é indicada duas vezes ao dia, após a escovação, durante duas a três horas”, ensina Netto.

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Já o clareamento de consultório é à base de peróxido de hidrogênio, três vezes mais forte que o de carbamida. “Esse tratamento é mais rápido: pode ser finalizado em duas ou três sessões”, conta o especialista do Crosp.

Dependendo de fatores como rapidez necessária, idade dos dentes e sensibilidade, ainda há a possibilidade associar as duas modalidades de procedimentos.

“O clareamento tem que ser encarado com muito cuidado. Se não orientado, pode trazer consequências graves em médio e longo prazo, como dor e até perda da vitalidade dental”, reforça Netto.

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