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Chatbots ganham espaço na medicina

Ferramentas de inteligência artificial que simulam conversa humana são usadas para agilizar atendimentos e até prevenir suicídios

Por Goretti Tenorio
Atualizado em 26 jun 2024, 15h25 - Publicado em 18 jun 2024, 09h07
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Conversas comandadas por robôs estão cada vez mais comuns em diversos serviços (storyset / Freepik/SAÚDE é Vital)
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Os robôs virtuais de atendimento, ou chatbots, têm marcado presença na navegação de pacientes, facilitando agendamento de consultas e exames. E eles estão ampliando sua participação na assistência em saúde.

No início de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recomendações sobre o uso de inteligência artificial (IA) na saúde, com foco nos grandes modelos de linguagem (LLMs, na sigla em inglês), nos quais os algoritmos são treinados a partir de grandes bases de dados, seja de texto, imagens e vídeos, capacitando os bots a “conversarem” sobre qualquer assunto.

O mecanismo, diz a entidade, não é isento de riscos – entre eles fornecer respostas imprecisas, incompletas ou falsas, disseminar desinformação e fake news e reduzir a interação entre médicos e pacientes. As preocupações envolvem ainda segurança e proteção de dados coletados de pacientes.

Para garantir o uso responsável da ferramenta, a OMS lista princípios como transparência e clareza no desenvolvimento e aplicação de tecnologias de IA, zelando ainda para que sejam devidamente compreendidas por profissionais, pacientes e órgãos reguladores.

O documento, por outro lado, reconhece o potencial dos chatbots para favorecer o autocuidado, auxiliar a triagem nos atendimentos hospitalares e colaborar em pesquisas de desenvolvimento de medicamentos.

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A própria OMS lançou o seu assistente virtual, que ainda está em fase de aprimoramento e por isso apresenta limitações. Batizado de Sarah (Smart AI Resource Assistant for Health), o avatar informa sobre questões básicas de saúde, como fatores de risco para determinadas doenças, interagindo em oito idiomas, incluindo o português.

Por aqui, o Ministério da Saúde desenvolveu um chatbot com foco em vacinação. Funcionando pelo WhatsApp, ele aborda assuntos como campanhas e calendários de imunização, esclarece dúvidas sobre características das vacinas e está capacitado para desmentir fake news que há tempos vêm colaborando para derrubar as taxas de cobertura vacinal no país.

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Equilíbrio emocional em pauta

Chatbots ganham espaço também nos cuidados de saúde mental, tema cada vez mais em desafiador diante do crescimento de transtornos como depressão e ansiedade. Dados da OMS de 2019 alertavam para um cenário de quase 1 bilhão de pessoas vivendo com distúrbios emocionais no mundo, e as estatísticas só aumentaram pós-pandemia de Covid-19.

A tecnologia pode ser uma via para encorajar a busca por ajuda por aqueles que relutam em agendar uma consulta em serviços de saúde em razão dos estigmas que ainda cercam os transtornos mentais. Nesse sentido, os assistentes virtuais favorecem o letramento nesses tópicos, o autoconhecimento e até sinalizam estratégias de enfrentamento em momentos de crise, com recomendações de técnicas de respiração e mindfulness.

No Brasil, um exemplo dessa utilização é a Bússola Ame Sua Mente, ferramenta lançada pelo Instituto Ame sua Mente em 2023 e que tem como compromisso a prevenção de autolesão e suicídio de jovens.

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Pelo WhatsApp, o software apresenta conteúdos com a chancela de psiquiatras e demais especialistas e tem como destinatários sobretudo educadores – a ideia é fornecer informações para que percebam sinais de alerta em seus alunos, sugerir estratégias de como lidar com situações de risco e orientar o encaminhamento para ajuda especializada.

Projetos que utilizam a inteligência artificial para transformar o setor da saúde são candidatos a participar da edição 2024 do Prêmio Veja Saúde Oncoclínicas de Inovação Médica, que tem regulamento, categorias e jurados apresentados em: https://premiodeinovacaomedica.com.br/

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