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Cientistas criam “antiviral universal” que poderia evitar próxima pandemia; veja o que se sabe

Em culturas de células, terapia conseguiu proteger contra todos os vírus testados. Mas ainda há longo caminho até ela se tornar viável em seres humanos

Por Maurício Brum
20 ago 2025, 11h10
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Caso se mostre efetivo em seres humanos, antiviral de amplo espectro poderia ser usado de forma profilática contra epidemias (Freepik/Freepik)
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Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, anunciaram uma descoberta que poderia revolucionar os tratamentos contra infecções virais: em um estudo publicado na primeira quinzena de agosto, eles relatam uma terapia baseada em RNA mensageiro capaz de dotar o organismo de “superpoderes” para enfrentar vírus de diferentes tipos.

A pesquisa foi inspirada por uma condição imune rara, a deficiência de ISG15, que faz com que algumas pessoas consigam combater vários tipos de vírus sem registrar qualquer infecção ou doença relacionada a esses patógenos.

No entanto, apesar dos achados promissores, por enquanto os resultados do tal “antiviral universal” só foram demonstrados em animais e em culturas de células. Até o momento, nada foi testado em seres humanos.

O que os pesquisadores encontraram

A terapia experimental busca emular, de forma temporária, o que acontece nas pessoas com deficiência de ISG15 (saiba mais sobre essa condição no final deste texto). O tratamento foca em ativar a produção de 10 tipos específicos de proteínas que conseguem conferir uma proteção antiviral de amplo espectro.

Segundo os pesquisadores, a técnica utilizada até aqui segue uma lógica semelhante às vacinas de RNA mensageiro (mRNA) desenvolvidas contra a covid-19: uma vez absorvidas pelo organismo que as recebe, as nanopartículas com mRNA ordenam dentro das células a produção das tais proteínas que protegem dos vírus.

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Na pesquisa publicada neste mês, os cientistas afirmam que não conseguiram encontrar nenhum vírus capaz de superar essa defesa em teste feito em culturas de células em laboratório. Vem daí o apelido de “antiviral universal”, em contraste com medicamentos similares existentes hoje, que costumam focar em vírus específicos.

Caso os resultados venham a ser replicados em seres humanos, os pesquisadores acreditam que a tecnologia poderia prevenir futuras pandemias causadas por doenças virais.

Seria possível, por exemplo, administrar o “antiviral universal” de forma profilática para prevenir complicações. Ao mesmo tempo em que protege no curto prazo, ele não impediria o corpo de desenvolver uma imunidade duradoura para enfrentar exposições futuras ao vírus.

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Como é a condição rara que inspirou a pesquisa

A ideia da pesquisa surgiu há cerca de 15 anos, quando o imunologista Dusan Bogunovic, um dos autores do estudo agora publicado, identificou a mutação genética que conferia a algumas pessoas uma imunidade fora do comum contra infecções virais.

Essa situação rara está relacionada à deficiência do ISG15, um regulador imune. Em pessoas com essa deficiência, o corpo passa por uma inflamação sistêmica leve e persistente, que faz com que o organismo se torne “superpoderoso” contra diversos tipos de vírus: elas eram capazes de se expor, e não desenvolver problemas, aos vírus causadores de doenças como gripe, sarampo, caxumba ou catapora.

Buscando entender melhor como a deficiência de ISG15 funcionava e a possibilidade de reproduzir seus efeitos em outras pessoas, os pesquisadores pouco a pouco foram se aproximando da ideia de tentar criar um antiviral capaz de mimetizar esse processo.

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Com os resultados promissores obtidos em modelos celulares e animais, mais pesquisas são necessárias para otimizar fatores como a absorção do medicamento e a entrega dos mRNA no corpo. Também é preciso entender melhor quanto tempo dura essa proteção, que hoje é estimada em três a quatro dias.

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