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Difteria: o que é, quais são os riscos e como prevenir

Vacinação é a principal forma de evitar a doença potencialmente fatal

Por Lucas Rocha
Atualizado em 3 ago 2023, 15h14 - Publicado em 1 ago 2023, 12h37
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Vacinação é a principal forma de prevenção da difteria (Foto: Agência Saúde DF/Divulgação)
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O que é difteria

A difteria é uma doença potencialmente letal causada por uma bactéria chamada Corynebacterium diphtheriae. Apesar de perigosa, ela é prevenível com a vacina pentavalente.

O micro-organismo afeta principalmente as amígdalas, o nariz e estruturas próximas, como a faringe e laringe. Em alguns casos, atinge mais partes do corpo, como a pele e outros órgãos.

“Essa bactéria produz uma toxina que pode acometer o coração, causando uma inflamação chamada miocardite, os rins, levando à insuficiência renal, e o sistema nervoso, provocando inflamação dos nervos, chamada neurite, ligada a formigamento, alterações motoras e até convulsão”, lista o médico infectologista Fernando Gatti, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.

Sem o tratamento adequado, a doença pode levar a complicações e à morte.

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Como acontece a transmissão

A difteria é transmitida pelo contato direto com alguém infectado. O contágio ocorre a partir de gotículas eliminadas pela tosse ou espirro e através de lesões na pele.

O microrganismo se instala principalmente nas vias respiratórias e na pele humana. O tempo de surgimento dos sintomas, chamado período de incubação, varia de 1 a 6 dias.

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A doença pode ser transmitida, em média, por até duas semanas após o aparecimento dos sinais característicos da infecção.

Os sintomas da difteria

O surgimento de placas esbranquiçadas ou acinzentadas nas amígdalas ou garganta, febre moderada e calafrios são alguns dos sintomas da difteria. Em geral, os principais sinais da doença surgem após seis dias da infecção.

Essas placas provocam uma tosse irritativa, e os infectados também podem apresentar dor de garganta, inchaço nos gânglios do pescoço (as populares ínguas), dificuldade para respirar, palidez e sensação de mal-estar.

No caso da manifestação cutânea da doença, as manifestações costumam ser lesões comuns, avermelhadas, parecidas com as da psoríase. Mais raramente, surgem feridas cobertas por uma membrana acinzentada.

Em alguns casos, a infecção é assintomática e os indivíduos não manifestam qualquer indício da doença.

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+ Leia também: Fluimucil: o que é, para que serve e indicações de uso

Como descobrir se eu tenho difteria?

O diagnóstico é feito pelo médico, a partir da análise de manifestações e sintomas descritos pelo paciente.

Para confirmação, o profissional solicita a coleta de uma amostra de secreção da nasofaringe, feita a partir de um longo cotonete, ou swab, que toca a região das amígdalas, em um processo parecido com o teste para a Covid-19.

Caso a suspeita seja de difteria cutânea, são retirados fragmentos de lesões na pele para investigação.

A análise laboratorial é feita com o isolamento e a identificação da bactéria, o chamado teste de cultura.

“O material vai para o laboratório, que conta com meios específicos para o crescimento da bactéria. A confirmação é feita com essa cultura, que pode demorar de 3 a 7 dias para ficar pronta”, detalha o médico do Hospital Israelita Albert Einstein.

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Mas, segundo Gatti, os médicos não esperam o resultado para dar início ao tratamento, devido aos riscos de complicações.

Como é o tratamento

O tratamento da difteria é feito com um tipo de soro específico, que atua contra a toxina produzida pela bactéria, que deve ser aplicado em unidade hospitalar.

A medida terapêutica inativa a substância nociva de maneira rápida. No mesmo esquema de tratamento, também podem ser administrados antibióticos.

“Diante de uma suspeita, internamos o paciente e fazemos uma notificação compulsória para a vigilância epidemiológica. Em seguida, é feito o envio do soro antitoxina disponibilizado pelo serviço público”, diz Gatti.

Sem o tratamento adequado, a doença pode provocar complicações, aumentando o risco de morte.

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+ Leia também: O que é a poliomielite e por que ela preocupa tanto?

Vacina é a palavra-chave para evitar a doença

A vacinação é a principal forma de prevenir a difteria. A vacina pentavalente oferece proteção contra difteria, tétano, coqueluche, meningite por Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B.

De acordo com o Ministério da Saúde, o esquema vacinal deve começar ainda no primeiro ano de vida. São três doses, aos dois, quatro e seis meses de idade. A meta de cobertura vacinal preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) em menores de 1 ano é de 95%.

Atualmente, está em 54,1%, seguindo a tendência geral de queda nas taxas de imunização. Em 2022, a cobertura vacinal chegou a 77,2%, número acima dos indicadores do ano anterior, que fechou em 71,5%.

São recomendados também mais dois reforços com a tríplice bacteriana (DTP), sendo a primeira dose aos 15 meses e a segunda aos quatro anos. Ao longo da vida, deve ser tomado o reforço com o imunizante dT, dupla bacteriana, a cada dez anos da data da última dose recebida.

A incidência da doença caiu muito, mas ela ainda não foi erradicada. Em 2022, dois casos foram confirmados no Brasil.

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O que favorece o contágio

A difteria pode atingir pessoas não vacinadas de todas as idades, em qualquer época do ano. No entanto, a incidência aumenta durante o período mais frio, nos meses de outono e inverno.

Essa característica é associada à forma de transmissão, como ocorre com as demais doenças respiratórias, que se aproveitam das aglomerações em ambientes fechados.

Além disso, a difteria é mais comum em áreas com condições precárias de habitação e que concentram um número maior de pessoas em uma mesma casa.

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