DIU de cobre: entenda como o método funciona e para quem é indicado
Contraceptivo não-hormonal dura até 10 anos e não altera ovulação ou ciclo menstrual

Embora a pílula anticoncepcional siga como o contraceptivo mais usado no Brasil, nos últimos anos cada vez mais pessoas têm se tornado adeptas do DIU: o dispositivo intrauterino.
Para quem deseja adotar um método não-hormonal para impedir a gravidez, o DIU de cobre é uma das opções mais eficazes. A taxa de efetividade ultrapassa os 99%.
Como funciona o DIU?
O DIU é um pequeno dispositivo plástico, de cerca de 2 cm, revestido de diferentes materiais, que pode ou não conter hormônios.
Inserido no útero, o sistema imune reconhece o DIU como um corpo estranho, o que desencadeia uma espécie de reação inflamatória que impede a mobilidade dos espermatozoides e a fixação de um embrião. O ambiente uterino se torna tóxico aos espermatozoides.
No caso do DIU de cobre, não há substâncias hormonais incluídas. Íons de cobre são liberados pelo revestimento do dispositivo, o que também altera o muco cervical, dificultando a passagem de espermatozoides.
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Inserção é feita por procedimento cirúrgico
Antes da inserção do dispositivo, o médico deve solicitar alguns exames.
Em geral, um exame físico e o preventivo de colo do útero (conhecido como papanicolau) são realizados. Um ultrassom transvaginal pode ajudar a medir o tamanho do útero e guiar a colocação do DIU.
Um procedimento cirúrgico é necessário para colocar o dispositivo. A intervenção leva de 15 a 30 minutos e pode ser feita em consultório. Anestésicos locais são utilizados. Há a opção de anestesia geral, mas essa alternativa exige internação e não costuma ser coberta pelos planos de saúde.
O recomendado é inserir o DIU nos primeiros 7 dias de menstruação, para garantir que não há uma gravidez ativa. Caso o procedimento seja feito em outro período, é importante seguir usando outros métodos para evitar a gravidez. O DIU também pode ser inserido após o parto ou um abortamento, desde que não tenha ocorrido sepse.
Um mês após a inserção, uma consulta de retorno deve ser marcada para realizar um ultrassom e verificar se o DIU está na posição correta. Depois, o acompanhamento é feito nas consultas periódicas com ginecologista.
Caso a pessoa não se adapte ou o dispositivo se desloque no útero, é possível fazer o procedimento de retirada. O DIU de cobre tem validade de 10 anos. Depois desse período, é necessário realizar a troca. A fertilidade volta ao normal logo após a remoção.
Prós e contras do método
O DIU de cobre não afeta a ovulação ou o ciclo menstrual – diferente das opções hormonais do dispositivo. Isso pode ser positivo ou negativo, a depender das preferências do paciente.
O método pode aumentar o fluxo menstrual e gerar cólicas intensas, em especial nos primeiros 3 meses de uso. Por isso, pacientes que já tem cólicas fortes e fluxo intenso podem não se adaptar ao método. Os efeitos colaterais não incluem ganho de peso ou alterações na libido, já que o método não é hormonal.
O DIU de cobre é recomendado principalmente para quem tem ciclos menstruais regulares, com pouca cólica. Também é necessário seguir usando preservativo, já que o DIU não previne contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a inserção do DIU gratuitamente. Os planos de saúde também devem cobrir o procedimento de inserção e o custo do dispositivo. Na rede privada, o valor do DIU vai de R$ 500 a R$ 2.500.
É um método democrático: pode ser usado por quem já teve filhos, por quem nunca teve filhos, por quem está amamentando e por qualquer pessoa com útero de mais de 14 anos que tenha tido relações sexuais. Sim, adolescentes também podem adotar o método, mas os responsáveis devem autorizar o procedimento de inserção.
Outra vantagem é que a efetividade do DIU não depende do uso correto diário da paciente, como é o caso da pílula anticoncepcional. O DIU pode pode até ser usado como método de contracepção de emergência, se inserido até 5 dias após uma relação sexual desprotegida.
Algumas contraindicações do DIU são:
- Doença de Wilson, doença hereditária que causa excesso de cobre;
- Presença de sangramento uterino sem causa definida;
- Doença inflamatória pélvica;
- Problemas anatômicos no útero;
- Prolapso uterino;
- Câncer de endométrio, de ovário ou de colo do útero;
- Trombocitopenia e distúrbios de coagulação;
- Doença trofoblástica;
- Miomas, pólipos ou estenose no colo uterino.