Este exercício protege contra o Alzheimer – e você pode começar agora
Estudo de pesquisadores da Unicamp mostrou como o treino certo ajuda a manter o cérebro saudável e longe do Alzheimer

Manter uma reserva muscular é uma importante medida para brecar a sarcopenia – redução de massa e força na musculatura – durante o envelhecimento. Você também já deve conhecer os efeitos benéficos de movimentar o corpo para a saúde mental. Agora, mais evidências surgem para reforçar o papel dos exercícios físicos na prevenção de outro problema: o Alzheimer.
Os resultados de um estudo publicado na revista científica GeroScience indicaram que fazer musculação melhora a performance de idosos em testes de memória e até protege de alterações no cérebro relacionadas ao Alzheimer.
A pesquisa incluiu 44 participantes com comprometimento cognitivo leve, quadro em que a perda cognitiva é mais avançada do que seria ideal para aquela idade, e que é considerado um estágio inicial do Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.
Como prevenir o Alzheimer por meio dos exercícios?
Uma das respostas é a musculação, ou o treino de força. Foi isso que demonstrou a pesquisa publicada em janeiro deste ano, conduzida por cientistas da da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Hospital Albert Einstein em conjunto com institutos estadunidenses.
Os 44 idosos que participaram dos grupos da pesquisa passaram por testes neuropsicológicos, como avaliações que analisam a capacidade de memória verbal episódica, e por exames de ressonância magnética ao início e ao final do período da pesquisa. Foram 24 semanas ao todo.
Divididos em dois grupos, parte dos participantes praticou musculação duas vezes por semana. O outro grupo seguiu seu dia a dia sem exercícios.
Ao fim dos seis meses, os resultados foram bem distintos: o grupo que aderiu ao treinamento de força se saiu melhor nos testes de memória. Os exames de imagem desses idosos que se exercitaram mostraram também um cérebro protegido de alterações relacionadas ao desenvolvimento de Alzheimer.
Não foi o caso do grupo sedentário, que teve redução no volume de massa cinzenta no cérebro em algumas regiões específicas, ligadas à doença.
Além de ter indicadores melhores, cinco pessoas que participaram dos treinos de musculação conseguiram reverter o diagnóstico de comprometimento cognitivo leve.
+Leia também: Malhação para o cérebro: exercícios contra Parkinson, Alzheimer e cia.
Treino para proteger a cabeça
O estudo da Unicamp provou, mais uma vez, que a musculação é uma aliada essencial no combate ao declínio cognitivo e ao Alzheimer. Os participantes da pesquisa também provam que não há idade para começar as atividades físicas.
Os efeitos benéficos apareceram em apenas seis meses entre pessoas idosas, que já tinham um grau de comprometimento cognitivo.
Para além de todos os benefícios para a mobilidade e autonomia, o treinamento de força ajuda a combater a inflamação do organismo, fator relacionado com o Alzheimer. Fazer musculação também estimula proteínas que atuam para preservar os neurônios.
Outra pesquisa, de autoria de cientistas brasileiros e britânicos reforçou esses achados.
Embora as conclusões não possam ser extrapoladas para humanos por enquanto, já que o estudo foi feito com a utilização de ratos, os pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) demonstraram que o exercício físico reduz o inflammaging: a inflamação do organismo ligada ao processo de envelhecimento.