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EUA aprovam remédio que promete retardar progressão do Alzheimer

O que se sabe sobre o Kisunla, nome comercial do donanemab, medicamento que foi liberado pela FDA nesta semana e não tem data para chegar ao Brasil

Por Maurício Brum
Atualizado em 3 jul 2024, 14h34 - Publicado em 3 jul 2024, 14h28
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Medicamento tem o donanemab como princípio ativo (Eli Lilly/Divulgação)
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A FDA, agência responsável por regular medicamentos nos Estados Unidos, aprovou um novo medicamento que apresentou resultados promissores para reduzir moderadamente o ritmo de progressão do Alzheimer. Vendido pela Eli Lilly sob o nome comercial de Kisunla, o fármaco tem como princípio ativo o donanemabe.

O donanemabe faz parte dos anticorpos monoclonais, uma classe de medicamentos que mobiliza cientistas devido à possibilidade de utilizá-los contra alvos específicos no organismo, num esquema chave-fechadura. Foram anos de ensaios até a aprovação, tornando este o terceiro fármaco desta linha aprovado nos EUA para o Alzheimer desde 2021.

Segundo os testes, após 18 meses de tratamento, o ritmo do declínio cognitivo foi contido, em média, em 35%, na comparação com o grupo que usou um placebo. Isso quer dizer que a doença progrediu menos nesse período entre os que receberam o remédio.

+Leia também: A corrida por remédios contra o Alzheimer

O que esperar do Kisunla

O medicamento é aplicado por meio de infusões intravenosas, e está indicado para indivíduos nos estágios iniciais do Alzheimer, em aplicações que são feitas a cada quatro semanas a partir do início do tratamento.

O donanemabe se junta ao arsenal de novas drogas que reforçam as esperanças de pesquisadores, pacientes e familiares de quem convive com a doença, onde já estão o lecanemabe e o aducanumabe, mas é preciso moderar as expectativas: o donanemabe ajuda a atrasar a progressão da demência (e de forma discreta), mas não interrompe o processo de perda cognitiva e funcional.

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O remédio faz isso reduzindo o acúmulo de proteína beta-amiloide no cérebro. Ela é um marcador típico do Alzheimer, associado à degradação dos neurônios.

Infelizmente, até o momento, o Alzheimer continua sendo uma doença neurodegenerativa que progride sem perspectivas de cura. O que se pode fazer, com as descobertas atuais, é aumentar a qualidade de vida dos pacientes e tentar protelar os impactos mais severos de um quadro avançado.

+Leia também: “O diagnóstico do Alzheimer não é uma sentença de morte”

Sem previsão de chegada ao Brasil

A aprovação nos Estados Unidos é um sinal de que o medicamento pode chegar ao Brasil, mas ainda não há data para isso.

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A Eli Lilly, que produz o Kisunla, submeteu a documentação do fármaco para avaliação da Anvisa no final de 2023, e agora aguarda o resultado do processo regulatório no país.

Caso o medicamento com donanemabe seja aprovado, ainda será preciso aguardar uma definição sobre o cronograma para o início das vendas no país, além do preço com que ele chegará ao mercado nacional.

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