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O exame que pode detectar Alzheimer anos antes dos sintomas

Técnica avançada de PET cerebral identifica sinais precoces do Alzheimer e permite iniciar tratamentos antes da perda de memória e outras sequelas

Por Paulo Gustavo Limeira Nobre de Lacerda, médico nuclear, via Brazil Health*
16 out 2025, 13h45
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Apesar dos avanços na medicina diagnóstica, o diagnóstico do Alzheimer ainda é clínico (Ilustração: Veja Saúde/Veja Saúde)
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O Alzheimer é a causa mais comum de demência no mundo e representa um dos maiores desafios da medicina atual. Estima-se que cerca de 8,5% das pessoas com mais de 60 anos convivam com algum tipo de demência — aproximadamente 1,8 milhão de brasileiros — e que esse número triplique até 2050, impulsionado pelo envelhecimento da população.

O principal desafio no combate à doença sempre foi o diagnóstico tardio. Quando aparecem sintomas como perda de memória e desorientação, o cérebro já está com danos significativos e permanentes.

Porém, essa realidade está sendo transformada pelos avanços da medicina nuclear voltada para o cérebro, especialmente por meio do PET cerebral com substâncias específicas, capaz de identificar alterações cerebrais muitos anos antes do surgimento dos sintomas.

Como o exame de imagem funciona

O PET cerebral utiliza pequenas quantidades de substâncias radioativas — conhecidas como radiofármacos — que se ligam a componentes específicos do cérebro. A partir dessas imagens, é possível observar dois tipos de alterações importantes:

  • PET-FDG (fluordesoxiglicose-F18): avalia o consumo de glicose pelo cérebro, permitindo identificar áreas com queda no funcionamento cerebral, comuns em doenças que levam à demência;
  • PET-FBB (florbetabeno-F18): identifica o acúmulo anormal de uma proteína chamada beta-amiloide, um dos principais sinais da doença de Alzheimer.

Esses exames mostram mudanças no cérebro muitos anos antes dos sinais clínicos, tornando-se ferramentas importantes para descobrir o Alzheimer no início e diferenciá-lo de outros tipos de demência.

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Diferentemente da ressonância magnética e da tomografia, que mostram mudanças na estrutura, o PET revela processos ativos no cérebro, ajudando a distinguir o Alzheimer de outras causas de perda de memória, como as de origem vascular ou frontotemporal.

O exame é simples, indolor e ambulatorial. Após um curto período de repouso, o radiofármaco é aplicado pela veia. Cerca de 40 minutos depois, são capturadas as imagens — um processo rápido, de 15 a 20 minutos. A quantidade de radiação é baixa e considerada segura, similar à de exames comuns de diagnóstico.

O PET cerebral com FDG-F18 é considerado um divisor de águas para doenças degenerativas do cérebro. Estudos mostram que o método tem precisão superior a 90% para identificar o padrão típico do Alzheimer, além de possibilitar o acompanhamento da evolução da doença.

O PET com FBB-F18 detecta e mede a quantidade das placas de beta-amiloide, essenciais para quem precisa de um diagnóstico precoce ou pretende ser avaliado para novas terapias com anticorpos — medicamentos que têm demonstrado potencial para retardar a progressão do Alzheimer.

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No Brasil, centros especializados em medicina nuclear já oferecem o PET cerebral para investigar sintomas iniciais de memória, principalmente em pessoas com histórico familiar ou sinais leves de alteração cognitiva.

Reconhecer o problema cedo possibilita iniciar tratamentos médicos e também estratégias de estímulo cognitivo, comportamental e multiprofissional, ajudando o paciente a manter sua autonomia e qualidade de vida por mais tempo.

+Leia também: Alzheimer: descobertas da ciência para salvar as engrenagens do cérebro

Uma nova maneira de encarar o Alzheimer

A medicina personalizada é uma tendência crescente e a união entre imagens moleculares e avaliação clínica representa o futuro do cuidado neurológico. Identificar a doença antes que ocorram danos permanentes transforma completamente a abordagem do Alzheimer — que deixa de ser uma condição silenciosa e fatal para se tornar potencialmente controlável, quando descoberta a tempo.

A medicina nuclear, por meio dos exames PET cerebral com FDG-F18 e FBB-F18, traz uma nova esperança para milhões de famílias. Cada avanço nesse campo representa mais do que tecnologia: é uma chance concreta de proteger memórias, histórias e afetos — tudo aquilo que nos define como seres humanos.

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*Paulo Gustavo Limeira Nobre de Lacerda é médico nuclear no HUCFF-UFRJ e responsável pelo setor de imagem neurológica na Clínica de Medicina Nuclear Villela Pedras

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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