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Febre amarela sobe para 353 casos, mas nenhum é urbano

Ministério da Saúde divulga escalada do vírus, principalmente em SP, RJ e MG. Mas reforça que, até agora, ninguém foi infectado por meio do Aedes aegypti

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 8 fev 2018, 15h07 - Publicado em 7 fev 2018, 14h52
febre amarela autóctone
O número de casos de febre amarela segue avançando consideravelmente (Ilustração: Ana Cossermelli/SAÚDE é Vital)
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O número de pessoas atingidas pela febre amarela continua a crescer consideravelmente. Segundo novo balanço do Ministério da Saúde, 353 casos foram confirmados de 1º de julho de 2017 a 6 de fevereiro de 2018, com 98 mortes até o momento.

Isso representa um acréscimo de 17 óbitos e 140 episódios em comparação com o boletim da semana passada. São Paulo (161 casos confirmados e 41 mortes), Rio de Janeiro (34 casos e 12 mortes) e Minas Gerais (157 casos e 44 mortes) são os estados mais afetados.

Desses, apenas Minas não realiza uma campanha com a versão fracionada da vacina. Isso porque o estoque atual já seria suficiente para a população mesmo com as doses padrão.

Cabe ressaltar que de 1º de julho de 2016 a 6 de fevereiro de 2017, o Brasil enfrentou um surto de febre amarela mais intenso. Naquele período, foram 509 casos confirmados e 159 óbitos.

O que preocupa no surto atual é o fato de a doença estar próxima a grandes centros urbanos, como as capitais paulista e fluminense. Se por um acaso o vírus começasse a ser transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, endêmico no Brasil, o número de infectados explodiria exponencialmente.

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A isso se dá o nome de febre amarela urbana – o que ainda não ocorreu. Por ora, todas as infecções confirmadas foram causadas por picadas dos mosquitos Sabethes e Haemagogus, que se limitam a regiões de mata.

O caso de febre amarela em São Bernardo do Campo (SP)

Alguns meios de comunicação chegaram a cravar que o município de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, havia registrado o primeiro caso de febre amarela urbana no país desde 1942. Mas a história não é bem assim.

Segundo a prefeitura, o homem de 35 anos com a enfermidade representa o primeiro caso autóctone da cidade – em outras palavras, o indivíduo foi infectado lá e não em uma viagem. Porém, isso não significa que foi o Aedes que transmitiu o vírus.

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Em nota, o Ministério da Saúde ressalta: “O paciente mora na região urbana, e possivelmente trabalha na área rural. Qualquer afirmação antes da conclusão dos trabalhos é precipitada”. Mais do que isso, a pasta afirma que o risco de voltarmos a sofrer com a febre amarela urbana é “baixíssimo”.

Por quê? Veja as razões apontadas:

• Todas as investigações de casos conduzidas até o momento indicam exposição a área de matas
• Em todos os locais com infecções em humanos, também houve em macacos
• A vigilância dos mosquitos até agora não encontrou a presença do vírus da febre amarela em mosquitos do gênero Aedes

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Além disso, o ministério defende que os níveis de infestação do Aedes estão abaixo do que seria necessário para disseminar essa doença em grandes centros urbanos. E termina afirmando que as áreas de recomendação da vacina estão atingindo boas taxas de adesão – embora especificamente a de São Bernardo do Campo deixasse a desejar ao menos antes desse caso.

Coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, Marcos Boulos chegou a descartar qualquer possibilidade de esse episódio em São Bernardo do Campo ser transmitido pelo Aedes aegypti. De acordo com ele, quando a febre amarela urbana dá as caras, ela não vem em casos isolados, mas sim com um aumento grande de infecções.

O paralelo feito por Boulos é com dengue, zika e chikungunya, que sabidamente já são repassados pelo Aedes. Só em 2017 (um ano com bem menos casos do que em 2016), a dengue atingiu 252 mil brasileiros.

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