HPV: quem deve tomar a vacina pela nova regra do Ministério
Ministério da Saúde amplia a imunização entre meninos, pessoas transplantadas e portadores do vírus HIV ou de câncer
Ricardo Barros, ministro da Saúde, anunciou alterações no esquema de vacinação contra HPV. A partir de agora, essa imunização será oferecida a meninos de 11 a 15 anos incompletos. Desde janeiro, a vacina em questão passou ser disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos de 12 a 13 anos. Até então, era aplicada somente em meninas com menos de 15 anos.
A medida se torna ainda mais importante com a divulgação recente (do dia 27 de novembro de 2017) de que mais da metade dos jovens brasileiros entre 16 e 25 anos possuem algum tipo de HPV. E, em 38,4% deles, tratam-se do subtipos de alto risco, maios associados a câncer.
A meta estipulada para 2017 é vacinar 80% das 7,1 milhões de crianças brasileiras do sexo masculino nessa faixa etária, a fim de protegê-las, inclusive, dos cânceres de pênis, garganta e ânus, diretamente ligados ao HPV. Para atingir esse objetivo, o Ministério da Saúde promoverá campanhas e intensificará os mutirões de vacinação nas escolas.
Também têm direito à imunização portadores do vírus HIV de 9 a 26 anos ou pessoas com câncer em uso de quimioterapia e radioterapia (ambos os sexos), além de quem já foi submetido a algum transplante de órgão. No primeiro caso (HIV/Aids), são necessárias três doses — com intervalo de dois e seis meses. Para os demais, permanece o esquema atual: duas injeções com um espaço de seis meses entre uma e outra.
Meninas que chegaram aos 14 anos sem iniciar ou completar essa imunização também serão público-alvo de ações de conscientização. Estima-se que há 500 mil adolescentes nessa situação no país. Para elas, a importância envolve a prevenção dos cânceres vaginal, anal, de colo do útero e de vulva. Lesões pré-cancerosas e verrugas genitais também seriam prevenidas.
Vale lembrar que o HPV é transmitido pelo contato direto com mucosas infectadas por meio de relação sexual e também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Se seguido à risca, esse esquema vacinal protege contra quatro subtipos desse vírus (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia.