Idade, autoexame: mitos e verdades sobre câncer de mama
No Outubro Rosa, oncologista esclarece conceitos importantes sobre esta doença que mata milhares de mulheres ao ano no Brasil
Em época de Outubro Rosa, é de grande importância a disseminação de informações sobre o câncer de mama, a fim de oferecer apoio às mulheres que enfrentam a doença e desmistificar mitos e verdades.
Vamos, a seguir, falar sobre alguns deles.
1. Câncer de mama só ocorre em mulheres mais velhas
Mito! O câncer de mama é uma doença que envolve diversos fatores e também acomete pessoas jovens, embora o avanço da idade seja o principal fator de risco devido à maior exposição aos outros fatores ao longo da vida.
Além da idade, deve-se considerar outras questões relacionadas, como a menstruação precoce (antes dos 12 anos), uso de contraceptivos, ingestão de bebidas alcoólicas, excesso de gordura corporal, inatividade física, fatores genéticos, como mutações em determinados genes, etc.
2. Câncer de mama pode ser prevenido
Verdade. A prevenção de alguns dos tipos do câncer de mama acontece através do controle dos fatores de risco modificáveis.
Praticar atividade física regular, manter alimentação equilibrada assim como o peso corporal e evitar consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo estão diretamente ligados à redução do risco de desenvolver a doença.
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3. O autoexame é suficiente para detectar a doença
Mito. O diagnóstico precoce baseia-se em identificar pessoas com sintomas iniciais.
Desse modo, o autoexame é de extrema importância, porém não é suficiente para detectar o câncer de mama. Uma vez identificado qualquer sinal suspeito, é essencial buscar orientação médica para realização da investigação diagnóstica especializada.
Esse processo inclui exame clínico, exames de imagem, como mamografia e exames laboratoriais, como marcadores oncológicos.
Dentre os sinais e sintomas suspeitos, incluem-se:
- Presença de nódulo ou massa na mama;
- Inchaço ou alteração no tamanho e forma da mama;
- Alterações na pele da mama como vermelhidão, enrugamento ou sensação de pele endurecida
(semelhante à casca de laranja); - Saída espontânea de líquidos pelo mamilo, podendo ser sanguinolentos ou não;
- Alterações no mamilo, como retrações (quando o mamilo se volta para dentro);
- Alterações na pele do mamilo como vermelhidão e descamação;
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço.
O câncer de mama é o mais frequente entre mulheres no Brasil, e a detecção precoce é fundamental para o controle e manejo adequado dessa neoplasia, possibilitando uma melhor definição do tratamento, assim como o momento oportuno para iniciá-lo.
A prevenção é a chave na luta contra a doença, e o Outubro Rosa nos lembra que informação é esperança.
*Luis Eduardo Werneck é oncologista e diretor clínico do Grupo Oncológica do Brasil
(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)