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Luz vermelha acalma bebês e crianças? Entenda seu impacto sobre o sono

Essa luminosidade pode interferir menos no sono do que a luz branca ou azul, mas não é propriamente "calmante"

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 jun 2025, 01h18 - Publicado em 23 jun 2025, 20h04
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Mais estudos são necessários para entender o impacto da luz vermelha na saúde humana (Roman Denisenko/Unsplash)
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Você entra no quarto do seu filho durante a noite para ver se está tudo bem e, sem querer, o acorda com a luminosidade? Há quem indique o uso de luz vermelha para acalmar e não atrapalhar o sono dos pequenos. Mas será que isso funciona mesmo?

Bem, não há um consenso científico sobre o impacto desse tipo de luz no sono e no comportamento de bebês e crianças. Alguns estudos sugerem que a luz vermelha interfira menos na produção de melatonina, apelidada de “hormônio do sono”, quando comparada à luz branca ou azul. Essa luminosidade excitaria menos o cérebro, não perturbando tanto o descanso.

“Estudos sugerem que a exposição à luz vermelha, especialmente com baixa intensidade, pode ser menos prejudicial ao ritmo circadiano“, explica Marcelo Masruha, neurologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNi).

Ainda assim, o médico esclarece que a luz vermelha não tem um papel ativo na indução do sono, portanto, não dá para afirmar que ela acalma crianças. “O benefício está mais em não atrapalhar o processo de adormecer do que em induzir calma”, pontua.

Por outro lado, uma pesquisa publicada em 2023 apontou que o uso de luz vermelha pode prejudicar o humor.

“Temos evidências de que a luz vermelha aplicada em 57 pacientes com insônia, comparados aos 57 indivíduos [adultos] saudáveis, aumentou o estado de alerta subjetivo, a ansiedade e as emoções negativas em indivíduos saudáveis e pessoas com diagnóstico de depressão“, cita a neuropediatra Maria Cecília Lopes, membro da Academia Brasileira de Sono (ABS). “Isso pode afetar o sono direta ou indiretamente”.

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Por isso, especialistas concordam que são necessários mais estudos para compreender o impacto do uso de luz vermelha no sono e no comportamento humano — e, mais especificamente, nas crianças.

+ Leia também: Ciclo do sono: saiba como funciona e como dormir melhor

Como preparar bebês e crianças para dormir?

Rotina é a chave para um sono tranquilo e de qualidade. Quanto mais cedo o ritual se estabelecer, melhor será para o desenvolvimento da criança e para o sono de toda a família.

“Nos primeiros meses de vida, o cérebro do bebê ainda está amadurecendo o ciclo de sono-vigília e os despertares noturnos fazem parte do processo, é fisiológico”, contextualiza Masruha. “O que ajuda nessa fase é criar uma rotina consistente e um ambiente noturno calmo, sem recompensas excessivas durante os despertares, como brincadeiras ou luz intensa.”

Os médicos orientam que os responsáveis se atentem a três aspectos principais:

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1. Regularidade

“Estabelecer horários regulares para dormir e acordar ajuda a manter o ritmo circadiano da criança”, afirma Lopes. Além do horário de dormir, também é preciso definir a hora das refeições e das brincadeiras, que são capazes de influenciar o sono.

“Realizar rituais reconfortantes para a hora de dormir, com prática de atividades relaxantes antes de dormir, como ler ou ouvir música suave, pode ajudar melhora a rotina do sono“, complementa a neuropediatra.

2. Ambiente

O local precisa ser escuro, silencioso e ter uma temperatura adequada. “Manter o quarto com pouca luz, não mudar o bebê de ambiente e usar o mínimo de interação possível pode ajudar a sinalizar que a noite é para dormir”, sugere o neurologista Marcelo Masruha.

3. Não às telas

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças de até 2 anos de idade não devem ter acesso a telas. Entre 2 e 5 anos, é recomendado que o tempo em dispositivos eletrônicos não exceda uma hora e, dos 6 aos 10 anos, que não passe de duas horas. 

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Em março, o governo federal lançou o manual “Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais”, no qual traz orientações atualizadas sobre o uso de telas na juventude. O documento reforça as indicações da OMS e ainda sugere que, até os 12 anos, os menores não tenham smartphones próprios e que, na adolescência, o uso de redes sociais seja supervisionado pelos pais. 

A exposição a telas e o acesso a plataformas digitais são fatores que afetam o ciclo de sono e a saúde mental desde muito cedo.

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