Mel com própolis ajuda a tratar gripe ou dor de garganta? Entenda
Combinação tradicional pode ajudar, mas efeitos variam muito dependendo da composição
Quando se pensa nos sintomas incômodos causados pelos resfriados comuns – tosse seca, dor de garganta, espirros e coriza – surge logo um remédio indicado, principalmente frente à sensação de garganta arranhada: o mel com própolis.
O produto é utilizado desde eras remotas, e com objetivos variados. Chegou a ser empregado para fabricação de colas e também aplicado sobre ferimentos, buscando propriedades antibacterianas e cicatrizantes. Na pandemia, a fama voltou com tudo, e o própolis esteve entre as várias substâncias estudadas na tentativa de melhorar quadros de covid-19.
A boa notícia em relação ao mel com própolis é que há uma razão para a fama ancestral: ele realmente tem ações benéficas que podem aliviar uma série de sintomas.
Mas é importante não considerar essa substância um remédio que pode substituir tratamentos convencionais, e se atentar a outra limitação: a variabilidade do produto não permite saber até onde vão essas ações que podem ajudar a saúde.
Entendendo o que vai no mel com própolis
A composição do mel depende, em primeira instância, das fontes vegetais do qual é derivado, bem como o solo onde está a planta, a espécie da abelha e o estado fisiológico da colônia. Também pode mudar conforme seu estado de maturação.
Em geral ele é composto de açúcares, água e nutrientes como os carotenoides e compostos fenólicos, antioxidantes importantes.
Já a respeito do própolis, a situação é um pouco mais complicada: são 13 tipos catalogados e três cores de própolis conhecidas, o verde, vermelho e marrom, com composições distintas.
Porém, em geral, eles contêm vitaminas B1, B2, B6, C e E, além de um complexo de minerais como cálcio, potássio, cobre, ferro, além de também incluir antioxidantes.
Afinal, faz bem à saúde?
Em geral, o própolis e o mel são associados à diminuição de sintomas de infecções respiratórias virais, como a tosse e dor de garganta. Algumas pesquisas até sugerem que ele pode reduzir o tempo de infecção.
No caso do mel, o composto de fato pode aliviar sintomas gripais e abrandar as infecções. Ele não combate o vírus em si, mas pode reduzir os incômodos e, por conter açúcar, também fornece energia para o corpo enfrentar a infecção em um momento de debilidade.
Já própolis parece, de fato, estar ligado a uma atividade imunomoduladora. Quando se trata de administração oral, o efeito positivo da própolis com mel pode ser presente para melhora de tosse seca e dor de garganta em pacientes.
+Leia também: Mel: conheça suas muitas propriedades e saiba como consumir
Desafios para ter certeza das vantagens
Mesmo assim, os estudos entram em atrito com as diferentes características do produto: especialmente quando se trata do própolis, estamos falando de um produto natural, sem padrão definido no mercado e com muita variabilidade de ação, influenciada pela via de administração, pelo tipo de extrato de própolis, pela formulação farmacêutica utilizada nos testes e a própria etiologia das doenças.
Essa variabilidade é o maior percalço para os cientistas para definir se o própolis realmente é benéfico para tratamento de doenças. Como não há padronização, os resultados dos estudos acerca dele são inconsistentes, diferentes, e até opostos.
Na prática, embora se saiba genericamente que o mel com própolis possa fazer bem, não existe certeza sobre as quantidades, proporções ou o tipo específico de produto que funciona melhor.
Além disso, também não se sabe a fundo seus efeitos colaterais.
Posso usar mel com própolis?
Em geral, o produto é seguro, mas não pode ser considerado um medicamento. Também há registros de episódios de hiperglicemia, diarreia e sudorese, impactos indesejados mais comuns do uso desregrado da mistura. Devido ao alto teor de açúcares, combinações com mel costumam ser contraindicadas em pacientes com diabetes, por exemplo.
O ideal é sempre consultar um médico antes de fazer uso e nunca substituir um tratamento farmacológico pelo mel com própolis. Utilize apenas para combater sintomas mais brandos, e fique atento a sinais como febre, falta de ar ou mal-estar, que indicam uma piora do quadro viral que exige atenção médica.







