Novo teste rastreia hanseníase em 24 horas
Exame desenvolvido no país pode acelerar e tornar mais acessível o diagnóstico da doença
Dormência, manchas e placas na pele são sinais característicos da hanseníase. “O diagnóstico, em geral, é clínico, mas casos com manifestações imprecisas exigem testes laboratoriais”, explica a dermatologista Laila de Laguiche, presidente da Aliança contra a Hanseníase. “Só que, quanto mais tardia a detecção, maior o risco de sequelas físicas nas pessoas acometidas”, alerta.
Agora o laboratório paranaense Mobius Life Sciense criou um exame molecular de execução simples e baixo custo que entrega o resultado em um dia. “O teste demanda somente uma amostra de tecido, numa biópsia feita por um médico”, descreve a especialista. O método revela ainda se o quadro infeccioso é resistente a certos medicamentos, antecipando a indicação de tratamentos diferenciados.
Raio X da doença
As marcas na pele ainda geram estigma e preconceito
- Nome: hanseníase
- O que causa: a bactéria Mycobacterium leprae
- Como se transmite: por gotículas de saliva e secreções nasais
- Como prevenir: rastreamento e apoio da vacina BCG (para tuberculose)
- Como se trata: combinação de antibióticos
Um mal comum no Brasil
A hanseníase faz parte do rol das chamadas doenças negligenciadas, e a incidência no país é a segunda maior no mundo — só perdemos da Índia.
De acordo com o documento Estratégia Global para Hanseníase, da Organização Mundial da Saúde (OMS), nosso país notifica mais de 10 mil casos todo ano, identificados sobretudo em bolsões de pobreza no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste.
Em recente estudo, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP registraram fortes sinais da doença numa cidade do interior paulista. O resultado só confirma a necessidade de conscientizar a população sobre a importância de diagnóstico precoce e tratamento adequado para frear a transmissão.