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O que a morte do lutador Hulk Hogan pode nos dizer sobre o uso de anabolizantes

Lenda da luta-livre, morto aos 71 anos de ataque cardíaco, vem de uma geração que abusou dos esteroides em prol de músculos, sofrendo com seus prejuízos à saúde

Por Diogo Sponchiato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 jul 2025, 11h30 - Publicado em 25 jul 2025, 10h40
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Hulk Hogan e seus músculos: histórico de uso de esteroides foi comum no meio da luta-livre americana (Foto: Kevin Winter/Getty Images)
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Hulk Hogan, provavelmente o maior ícone da luta-livre americana, morreu aos 71 anos de um ataque cardíaco nesta quinta-feira, 24 de junho.

O universo do wrestling perde uma de suas lendas absolutas, uma figura não isenta de polêmicas que ajudou a projetar o esporte de entretenimento globalmente. A vida de Hogan também expõe uma história de uso e abuso de anabolizantes e outras drogas dentro e fora do mundo dos ringues.

O integrante do hall da fama da WWE, a principal empresa de wrestling do planeta, decolou em sua carreira nos anos 1980, protagonizando lutas clássicas com outros gigantes e duelos que bebiam inclusive do espírito nacionalista americano. Sua música de entrada, Real American, traduz boa parte desse imaginário e engajamento em torno do lutador.

O homenzarrão musculoso de cabelos escassos e loiros, bigode robusto, olhos claros e bandana não só se tornou o astro número 1 do wrestling como estrelou filmes como Rocky III ao lado de Sylvester Stallone. Marcou época e geração, consagrando-se como um mito da luta-livre ainda em vida.

Sua trajetória, contudo, não foi isenta de controvérsias. Foi acusado de racista, esteve envolvido em tramas que chegaram aos tribunais e criticado por apoiar Donald Trump. Um dos capítulos polêmicos de sua biografia foi o uso de drogas anabolizantes. Depois de anos de imbróglio, o criador da Hulkamania admitiu o abuso de esteroides.

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Mas ele não estava sozinho nessa. Hogan vem de uma cultura de lutadores e empresários que apostaram alto nessas drogas em prol do físico e do desempenho. O fenômeno abrandou dos anos 2000 em diante, inclusive na esteira de estudos apontando o tamanho dos riscos à saúde.

Anos de esteroides contribuíram para a morte de dezenas de lutadores de wrestling, muitos deles de infarto e outras complicações cardíacas. Hogan, infelizmente, não deve ter sido uma exceção.

+ Leia também: A febre (e os riscos) dos hormônios

Bomba para o peito

Não é de hoje que os cardiologistas alertam para o perigo dos anabolizantes esteroides, que emulam e potencializam os efeitos da testosterona no organismo, para o coração.

Recentemente, uma análise robusta conduzida por pesquisadores dinamarqueses, baseada em dados populacionais, constatou que a droga triplica o risco de infarto entre homens, além de estar associada a maior propensão a insuficiência cardíaca, arritmias e formação de trombos nas veias.

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O estudo, publicado no periódico Circulation, comparou o histórico de saúde de 1 189 usuários de esteroides com os de 60 mil cidadãos que nunca recorreram a essas substâncias. Feitas as contas, o estrago foi grande:

  • 3 vezes mais risco de infarto
  • 3 vezes mais chances de ter de fazer uma angioplastia ou cirurgia cardíaca
  • 2,4 vezes maior probabilidade de uma trombose venosa e embolia pulmonar
  • 2,2 vezes maior propensão a arritmias
  • 9 vezes mais risco de cardiomiopatia
  • 3,6 vezes maior possibilidade de insuficiência cardíaca

É, sem sombra de dúvida, uma bomba para o sistema circulatório.

Desde 2023, a prescrição de esteroides para fins estéticos e esportivos é proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil. Ainda assim, sabemos que o apelo e o mercado ancorados nessas drogas continuam atraindo homens e mulheres, agora vendidas com novas roupagens, como implantes hormonais, modulação hormonal, etc.

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O problema é que, cedo ou tarde, a conta para os vasos sanguíneos ou outros órgãos (rins, fígado…) chega.

No universo do wrestling, muitos atletas passaram a rejeitar a pressão pelos anabolizantes, inclusive chamando a si mesmos de “natural” ou “drug free”. No entanto, são inúmeros os casos, principalmente dessa geração que fez sucesso nos anos 1980, a sofrerem reveses à saúde ou mortes precoces decorrentes do uso.

A história do “imortal” Hulk Hogan e de outros ídolos da luta-livre nos alerta para as ameaças do atalho químico para o corpo perfeito e a alta performance.

A despeito disso, seu emocionante legado persistirá entre os fãs e lutadores.

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